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Candidatos à presidência da Colômbia encerram campanhas

postado em 21/05/2010 16:20
Os candidatos à presidência da Colômbia finalizam nesta sexta-feira (21/5) suas campanhas eleitorais, em meio a uma forte disputa entre o governista Juan Manuel Santos e o independente Antana Mockus.

O ex-ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, e o duas vezes prefeito de Bogotá Mockus, dados como favoritos pelas pesquisas para o primeiro turno, do dia 30 de maio, cumpriram nestes últimos dias de campanha uma verdadeira maratona num esforço para conquistar os cerca de 30 milhões de potenciais eleitores.

Segundo as últimas pesquisas de intenção de voto, Santos e Mockus estão empatados tecnicamente no primeiro turno, o que exigiria a volta às urnas no dia 20 de junho.

Uma pesquisa do Centro Nacional de Consultoria divulgada na quinta-feira dá a Santos no primeiro turno 39% das intenções de voto e 34% para Mockus, enquanto uma pesquisa da Datexco divulgada nesta quinta-feira deixa Santos com 35% e Mockus com 34%.

No caso de um segundo turno, Mockus venceria, segundo a Datexco, mas para o Centro de Consultoria o vencedor seria Santos. Em ambos os casos a diferença seria de um ponto percentual.

Os analistas concordam que o sucessor do presidente Álvaro Uribe será definido pelas alianças políticas anteriores ao segundo turno e pelo voto de opinião de última hora.

Esse voto de opinião é o que impulsionou Mockus, do Partido Verde, que subiu rapidamente nas pesquisas para disputar o favoritismo com Santos, do Partido da Unidade Nacional, em apenas dois meses de campanha, após uma decisão judicial de fevereiro impedir Uribe de buscar uma segunda reeleição.

"Há um cansaço na forma de governo e no conteúdo. Nota-se no apoio ao candidato Mockus o voto de opinião, especialmente dos jovens", disse à AFP o analista político Alvaro Villarraga.

Os cerca de 12,7 milhões de colombianos entre 18 e 29 anos constituem a maior faixa de eleitores, segundo a Comissão Eleitoral, o organismo responsável pelas eleições.

Na última eleição presidencial de 2006, que Uribe venceu no primeiro turno com 62,35% dos votos (7,3 milhões), Mockus alcançou apenas 1,23% (164.583).

Mas sua aplaudida gestão na prefeitura de Bogotá e a mensagem de transparência e legalidade que foi base de sua campanha é, segundo os analistas, o que produziu o "fenômeno Mockus".

Santos, por sua vez, sucessor político de Uribe, não conseguiu herdar o prestígio do atual presidente e aparecem contra ele escândalos de execuções de civis por parte de militares quando esteve à frente do ministério da Defesa, além de espionagem ilegal da oposição, de magistrados, jornalistas e defensores dos direitos humanos.

"As pessoas estão buscando mudanças, já perderam o medo da guerrilha e Santos baseou sua campanha na segurança e no medo, ou seja, mais do mesmo", disse à AFP o analista León Valencia.

Por outro lado, os programas de governo de Santos e Mockus, ainda que variados, não apresentam substanciais diferenças, especialmente em temas sensíveis como a luta contra a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias (Farc), que foi a bandeira que levou Uribe a governar por oito anos, ou o modelo econômico.

Santos e Mockus encerram suas campanhas com grandes atos públicos nesta sexta-feira e no domingo, respectivamente, em Bogotá.

Dos nove candidatos à presidência, aparecem apenas seis nas pesquisas, sendo que a conservadora Noemí Sanín, os opositores Gustavo Petro (esquerda) e Rafael Pardo (liberal) e o direitista Germán Vargas estão 30% abaixo dos favoritos nas intenções de voto.

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