Agência France-Presse
postado em 21/05/2010 21:01
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse nesta sexta-feira (21/5) que espera que o acordo aprovado pelo Irã, com a mediação do Brasil e da Turquia, abra caminho para resolver, por meios diplomáticos, a polêmica sobre o programa nuclear iraniano. Ele ressaltou que o acordo deve ser analisado pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). As informações são da BBC Brasil.;Já mencionei o bem-vindo papel da Turquia, trabalhando juntamente com o Brasil, em relação ao Irã;, afirmou Moon, durante discurso em Istambul, na Turquia. "Esperamos que esta e outras iniciativas abram caminho para uma solução negociada."
A reação de Moon ocorre no momento em que os Estados Unidos defenderam, durante sessão do Conselho de Segurança da ONU, a aprovação de um esboço de resolução fixando sanções contra o Irã. Para os norte-americanos, os iranianos produzem, de forma secreta, armas atômicas no seu programa nuclear.
O governo do Irã informou hoje que, até segunda-feira (24), enviará uma carta com os detalhes do acordo para a Aiea. Paralelamente, a assessoria do primeiro-ministro da Turquia, Tayyp Erdogan, citou a correspondência que ele encaminhou ao presidente norte-americano, Barack Obama. "A Declaração de Teerã [nome oficial do acordo] não encerra o caso do programa nuclear iraniano, mas abre uma importante porta para uma solução por meios diplomáticos;, diz a carta de Erdogan.
"A Turquia continuará seus esforços para [encontrar] uma solução para o problema." Erdogan disse ter conversado, ao longo desta semana, com Obama, com o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, e com o novo premiê britânico, David Cameron. Analistas afirmam que, dos 15 países integrantes do órgão da ONU, apenas três ; Brasil, Turquia e Líbano, que ocupam assentos temporários ; não aprovariam a resolução com as sanções.
O governo do Irã acusou os Estados Unidos de abusarem de sua posição de país-sede da ONU, por negar visto de entrada para o vice-ministro das Relações Exteriores iraniano. Os Estados Unidos não comentaram as alegações.