postado em 21/05/2010 21:33
O presidente do Líbano, Michel Sleimane, parabenizou nesta sexta-feira (21/5), durante conversa por telefone, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter fechado o acordo com o Irã, que determina a troca de urânio e seu depósito na Turquia. Apontado como defensor do diálogo com os iranianos e contrário a eventuais sanções econômicas, o Líbano ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).A conversa durou cerca de oito minutos. Os dois presidentes trocaram opiniões sobre o assunto, segundo a Presidência da República. A assessoria do Palácio do Planalto não divulgou, no entanto, detalhes sobre o telefonema. A expectativa, segundo diplomatas que acompanham o assunto, é que o Líbano assuma uma posição em favor da ampliação das negociações para tentar evitar punições ao Irã.
Líbano, Brasil e Turquia, de acordo com a diplomacia francesa, estariam isolados na defesa do Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A composição do órgão atualmente é a seguinte: os cinco são membros permanentes - Estados Unidos, Inglaterra, França, Rússia e China - e dez são rotativos - Áustria, Bósnia Herzegovina, Brasil, Gabão, Japão, Líbano, México, Nigéria Turquia e Uganda.
Os países que ocupam assento permanente têm direito a voto e veto. Porém, os demais têm direto apenas a voto. Para aprovar sanções a um país é necessário que todos os membros do Conselho de Segurança votem a favor das medidas.
O governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pressiona a comunidade internacional para apoiar a aprovação das sanções econômicas contra o Irã. Para os norte-americanos, o programa nuclear iraniano esconderia a produção de armas atômicas. O assunto foi tema de um esboço de resolução, discutido anteontem (19), em sessão do Conselho de Segurança da ONU.
No entanto, antes de o Brasil e a Turquia fecharem o acordo com o Irã, na última segunda-feira (17), Obama enviou uma carta a Lula. A carta enviada por Obama que teria motivado vários itens do documento. As assessorias da Presidência da República e do Itamaraty confirmaram a existência da correspondência.. No documento, o presidente norte-americano teria afirmado um eventual acerto de troca de urânio estabeleceria a confiança na comunidade internacional.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou hoje que a base de sustentação do acordo foi toda firmada em um documento anterior que havia sido formulado pelos países do Grupo de Viena ; Estados Unidos, Rússia, França e pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).