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Turquia é contra a presença de arma atômica na região

Agência France-Presse
postado em 22/05/2010 10:55
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que seu país se opõe à proliferação nuclear na região, destacando, ao mesmo tempo, a necessidade de dar continuidade a esforços diplomáticos sobre o programa atômico do vizinho Irã, anunciou neste sábado (22/5) seu serviço de imprensa.

Em carta a líderes de 26 países - os membros permanentes e temporários do Conselho de Segurança da ONU e as nações vizinhas da Tuquia - Erdogan informou sobre o acordo Turquia-Brasil-Irã alcançado na segunda-feira.

"A Turquia se opõe por princípio a armas nucleares e deseja que a região fique limpa delas", precisa Erdogan em sua carta.

Destaca, também, que o caminho diplomático é "sempre o melhor meio para solucionar a crise das potências ocidentais com o Irã".

Na sexta-feira, em outro texto, desta vez enviado ao presidente dos Estados Unidos, Erdogan pediu a Barack Obama que não rejeite o acordo conseguido com o Irã e o Brasil, dando uma chance à diplomacia.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, que têm poder de veto (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha) já se mostraram a favor de sanções, por temerem que o Irã utilize seu programa atômico para dotar-se, também, de armas nucleares.

Durante entrevista na sexta-feira, em Brasília, o chanceler brasileiro Celso Amorim, afirmou que carta que o Irã enviará nesta segunda-feira à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), informando sobre o acordo assinado com Brasil e Turquia para a troca de urânio, fará avançar as negociações.

"Tenho certeza de que a carta virá em termos satisfatórios. Senti a disposição iraniana em negociar", afirmou Amorim, referindo-se à conversa mantida na quinta-feira com o ministro iraniano das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki.

Para Amorim, assim que a carta do Irã for entregue à AIEA, o acordo começará a vigorar. Serão necessários, apenas, "detalhes práticos" para que o governo iraniano repasse 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido à Turquia, num prazo de um mês, e para que venha a receber, dentro de um ano, 120 quilos de combustível para o reator nuclear de pesquisa médica de Teerã.

"Pensávamos que o próprio acordo ajudaria a reduzir as tensões. Mas acho que assim que for entregue à AIEA a carta, que seguramente será formulada em termos adequados, poderá fazer decolar o processo de negociação", insistiu Amorim.

O chefe da diplomacia brasileira, um dos principais negociadores do acordo, acrescentou que o documento do Irã com as informações "será seguido, ainda por uma resposta do Grupo de Viena. O processo tem tudo para ir adiante de forma adequada".

A chamada Declaração de Teerã determinava o prazo de una semana para Teerã comunicar oficialmente à AIEA todos os detalhes do acordo.

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