Agência France-Presse
postado em 23/05/2010 13:23
Apesar da operação de limpeza em massa, especialistas advertem que será recuperada apenas uma pequena porção do petróleo derramado no Golfo do México após o naufrágio da plataforma da BP no dia 22 de abril."O petróleo está aí fora e aí ficará", afirmou a bióloga marinha Lisa Suatoni, do Conselho americano de Defesa de Recursos Naturais.
"As estatísticas não são nada alentadoras quanto à limpeza de derramamentos de petróleo. Geralmente limpa-se menos de 1%", explicou.
Até no caso do provocado pela Exxon Valdez em 1989, - onde milhares de dólares foram gastos durante anos para limpar as águas de Prince William Soud - foi recuperado apenas entre 7 e 10% do petróleo.
Enquanto uma importante porcentagem do petróleo do Valdez dispersou-se naturalmente, a costa ainda mostra bolsas de petróleo que afundaram em zonas de baixa oxigenação, preservando seus altos níveis de toxicidade.
Por isso, cada vez que um animal escava no lugar errado ou que uma tempestade atinge a zona, repete-se o mesmo processo e todo o ecossistema sofre as consequências.
Para tentar diminuir os danos e trabalhando sob a pressão do governo, estão sendo utilizados dispersantes para manter a maior parte do óleo o mais longe possível da costa.
Entretanto, segundo Tony Wood, especialista em derramamentos da Texas A University Corpus Christi, "se o petróleo é dispersado, então não estão tentando recolhê-lo, como dizem, mas tentando transformá-lo em pequenas partículas para que as bactérias possam atuar".
E consequentemente, segundo ele, "as frações tóxicas continua presentes, tanto do petróleo quanto dos dispersantes".
O vazamento de petróleo começou no dia 22 de abril a 1.500 metros de profundidade, num poço avariado após o naufrágio da plataforma da British Petróleum (BP) a cerca de 80 km da costa do estado da Louisiana.