Agência France-Presse
postado em 25/05/2010 09:00
Um tribunal tailandês decidiu nesta terça-feira (25/5) emitir uma ordem de prisão por terrorismo contra o ex-primeiro-ministro no exílio, Thaksin Shinawatra, depois dos distúrbios que atingiram nas últimas semanas o país e deixaram cerca de cem mortos."Um tribunal aprovou o pedido do Departamento de Investigações especiais (DSI) de emitir um mandato de detenção" por terrorismo, indicou Naras Savestanan, chefe adjunto do DSI, precisando que existem provas suficientes para que Thaksin seja preso.
Shinawatra reagiu imediatamente à notícia acusando as autoridades de seu país de violação dos direitos humanos na dispersão dos manifestantes do centro de Bangcoc.
O empresário recordou ainda a repressã pelo exército em 1976 de um movmento de estudantes pró-democracia em Bangcoc, que deixou dezenas de mortos.
"Em 2010, aconteceu de novo. Mas, dessa vez, os manifestantes pró-democracia são camponeses e o govero atual, apoiado pelos militares, os chama de terroristas", declarou Thaksin.
"A junta da Tailândia deve ser considerada responsável por estas mortes e violações dos direitos humanos", acrescentou.
Recentemente, o ex-chefe de Governo (2001-2006) desmentiu ser "cérebro dos terroristas" e ter bloqueado as negociações entre o governo e os ;camisas vermelhas;, que se manifestaram durante mais de dois meses para fazer o governo de Abhisit Vejjajiva cair.
Ícone para inúmeros "camisas vermelhas", Thaksin foi derrubado em 2006 por um golpe de Estado militar. Desde então, vive no exílio para escapar de uma condenação a dois anos de prisão por corrupção.
As violências registradas no país deixaram 88 mortos e 1.900 feridos.
As autoridades tailandesas também decidiram prolongar por mais quatro noites o toque de recolher decretado em Bangcoc e 23 províncias.