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Los Angeles espalha-se por uma imensa área, repleta de paisagens e atrações literalmente cinematográficas

Especial para o Correio
postado em 26/05/2010 09:44

Cidade dos anjos, cidade dos sonhos, capital do entretenimento, Los Angeles reafirma e também subverte todos esses títulos. A antiga vila mexicana de El Pueblo de la Reina de Los Angeles tornou-se uma das maiores áreas metropolitanas do mundo com a chegada de produtoras de cinema para a pacata Hollywood do começo do século 20. O que elas procuravam? A variedade de paisagens que só existe em LA (como gostam de chamar os americanos).

Desde então, o boom populacional criou uma urbe sem centro, espalhada por um amontoado de regiões com suas próprias prefeituras. E fez surgir também um dos locais mais cosmopolitas do mundo. O que dizer de uma cidade num estado com governador austríaco, administrada por um prefeito mexicano e dona de bairros como Little Brazil e Little Ethiopia?

Se à luz do sol a cidade se revela agitada, movida por surfistas, peruas enfeitadas e trânsito caótico, ande pela Sunset Boulevard e descubra o porquê de Jim Morrison (The Doors) cantar que essa é, na verdade, a cidade da noite. A toda hora, LA surpreende e ambienta histórias que, embora reais, poderiam perfeitamente integrar qualquer bom filme.

No imaginário do turista, Hollywood é um local cheio de pompa, em que celebridades dão o ar da graça em tapetes vermelhos. Mas a antiga vila rural, no pé das montanhas de Los Angeles, apresenta muito mais do que isso. Na verdade, o charme da região são os loucos que caminham por suas velhas ruas lotadas de lojas de quinquilharias ; como as estatuetas de Oscar de melhor pai ;, distribuidores de maconha medicinal (1)e bares e boates de fazem os mais comportados passarem longe. O bairro se reconstrói a todo momento em busca do glamour dos anos de ouro dos estúdios, que hoje se concentram em enormes galpões afastados dali. Mas a constante renovação não tira o brilho algo decadente da região.

O saudosismo fica evidente no quarteirão que reúne o Chinese Theater, o Kodak Theater (palco do Oscar) e um novíssimo shopping, o Hollywood & Highland. O local atrai milhares de turistas, chegando a níveis insuportáveis no domingo. Mesmo assim, não deve ficar de fora de uma viagem à capital do entretenimento. Das 2.406 estrelas da calçada da fama, algumas das mais fotografadas ; Michael Jackson, por exemplo ; estão ali.

Dica de segurança: não ande olhando para baixo, já que provavelmente irá topar com alguém fazendo o mesmo. Os únicos que com certeza estarão atentos são os bizarros fantasiados. Por US$ 1, tira-se uma foto com os onipresentes Batman e Superman. E não confunda os vários Jack Sparrow (de Piratas do Caribe) com os inúmeros ; e pacíficos ; mendigos. Se não viu nenhuma celebridade até aí, confunda os amigos com uma foto ao lado de alguma das precisas cópias de famosos do museu de cera Madame Tussaud (6933 Hollywood Boulevard).

Mais ao sul, encontram-se as outras ruas conhecidas da cidade. O melhor ponto de partida é o cruzamento da Vine St. com a Hollywood Blvd. A também estrelada Rua Vine ; estão ali Marlon Brando e John Wayne ;, é bem iluminada e movimentada depois do pôr do sol. É nessa hora que o bairro revela o porquê de ser até hoje tão conhecido. Fotógrafos fazem fila em portas de boates, esperando que uma Paris Hilton ou uma Britney Spears estejam por ali, iluminando a noite. O dia perfeito para encontrar as celebridades e seus seguidores é a terça-feira, quando o movimento torna-se menor e eles se sentem mais à vontade para deixar suas mansões em Malibu ou Beverly Hills. E uma boa maneira de se informar sobre as melhores opções de baladas na semana é o jornal LA Weekly, distribuído gratuitamente.

Oeste moderno
Desça mais um pouco para encontrar a Melrose Avenue, lugar para ver e ser visto entre lojas de fachadas coloridíssimas. Por ali é possível encontrar tatuadores 24h, lojas de roupas rasgadas ; no melhor estilo rocker ; e, mais em direção ao Oceano Pacífico, a área onde milionários compram seus móveis. Também fica lá o Pacific Design Center (conhecido como a Baleia Azul), um imenso prédio que destoa das casas da vizinhança e onde é possível apreciar o melhor da decoração de interiores.

Essa área corresponde ao West Hollywood, famoso pela vida noturna. De noite, na Santa Monica Boulevard, reúnem-se os gays da cidade. Na Sunset Boulevard, por sua vez, dá para sentar em bares e ouvir música em locais antigamente frequentados por Jimi Hendrix e Jim Morrison. Há também clubes de strip tease, com fachadas em neon nem um pouco tímidas. Um deles se destaca por deixar maiores de 18 anos entrar, mas sem disponibilidade de bebida alcoólica. Para quem não sabe, na Califórnia pode-se dirigir aos 16, conseguir um cartão de maconha medicinal aos 18 e, ainda nessa idade, entrar em certas boates. Mas álcool, só aos 21. (HB)


1 - Mais popular que o Starbucks
Desde 1996, quando foi liberada a maconha medicinal em Los Angeles, já foram abertos mais de mil dispensários de cannabis ; legais e ilegais ;, segundo levantamento do Los Angeles Times. Na Califórnia, a quantidade é maior do que a de lojas do McDonald;s e da Starbucks juntos. Em novembro será votada uma lei que pretende liberar o consumo para maiores, sem necessidade do cartão médico. O governador Arnold Schwarzenegger pretende conseguir tirar o estado da crise fiscal com os impostos.

Leia mais na edição de hoje do caderno de Turismo.

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