postado em 27/05/2010 13:39
Os conflitos políticos e a discriminação religiosa e cultural obrigaram jovens da Palestina e do Irã a usar rotas aéreas mais longas para chegar ao Brasil. Eles vieram participar de eventos paralelos ao 3; Fórum da Aliança de Civilizações da Organização das Nações Unidas (ONU), que se realiza de nesta quinta-feira (27/5) a sábado (29) no Rio de Janeiro.No encontro, jovens ligados a organizações não-governamentais de mais de 60 países começaram o debate justamente abordando as questões religiosa e política. Muitos contaram que levaram até dois dias para chegar ao Brasil, porque tiveram o visto negado para entrar em países onde predominam religiões diferentes das suas.
Outra situação discriminatória relatada pelos jovens é a falta de acesso à educação, cultura e a novas tecnologias para quem vive em países em desenvolvimento. Segundo a coordenadora do programa destinado a jovens da Aliança de Civilizações, Isabelle Le Gare, esse problema atinge mais de 80% de jovens de 15 a 24 anos que moram em países ainda não globalizados. Por isso, conforme explicou, a questão está sendo tratada como prioridade.
Isabelle informou que no final do Evento da Juventude será elaborado um documento a ser entregue aos lideres internacionais, cuja reunião está marcada para amanhã (28). ;Nossas recomendações serão basicamente visando a melhorar a convivência entre culturas e religiões diferentes e o uso das novas mídias como ferramentas para engajamento social.;
Para o estudante equatoriano Juan Loaiza, que mora no Rio de Janeiro há dez anos, o Brasil deve ser um exemplo para o mundo sobre a convivência pacífica cultural e religiosa. Ele participou ontem (26), junto com cerca de 150 jovens de pelo menos 65 países, de uma caminhada pelas ruas da Sociedade de Amigos e Adjacências da Rua da Alfândega (Saara), no centro do Rio. Na região funcionam lojas comerciais de imigrantes de vários países.
;A realização deste encontro no Brasil é muito positiva porque aqui se pode conviver sem problemas culturais ou religiosas. Então, vamos aproveitar para analisar a situação de outros países e tentar chegar a um consenso sobre como encaminhar os problemas enfrentados em outros lugares;, disse o estudante.