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Obama suspende exploração de petróleo em alto mar

Agência France-Presse
postado em 27/05/2010 17:56
O presidente americano, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira (27/5) que prolongará por seis meses a suspensão de perfurações de petróleo offshore após a catástrofe provocada pelo vazamento de combustível no Golfo de México, informou um assessor da presidência.

Obama também pediu o desenvolvimento de fontes de energia alternativas depois do derramamento de óleo.

O presidente igualmente afirmou que, apesar do desastre do vazamento no Golfo, a maioria das áreas de praia da região continuam abertas, seguras e limpas.

Obama, que visitará a região afetada no domingo, reconheceu na Casa Branca que os Estados Unidos enfrentam a pior tragédia ecológica de sua história, e decidiu suspender a exploração petrolífera marítima.

"Vamos estender por seis meses a suspensão atual de entrega de novas permissões para perfurar poços submarinos", declarou Obama, acrescentando que serão interrompidas "33 perfurações de poços de prospecção submarina atualmente em curso no Golfo do México".

A decisão pressupõe a suspensão de um projeto de exploração petrolífera no Alasca que ia ser concedido ao grupo anglo-holandês Shell, assim como o congelamento da entrega de concessões na costa da Virgínia (leste do país).

Obama negou que sua administração tenha respondido de forma lenta ou insuficiente à crise, afirmando que a catástrofe "foi a prioridade" de seu governo desde a explosão da plataforma Deepwater Horizon a 80 km da costa de Louisiana (sul do país) em 20 de abril.

"Provavelmente, tive mais reuniões sobre este problema que sobre qualquer outro desde a revisão de nossa estratégia no Afeganistão", disse o presidente americano.

De 2 a 3 milhões de litros diários de petróleo vazaram do poço da BP durante as últimas cinco semanas, segundo uma nova estimativa divulgada nesta quinta-feira por um grupo de especialistas designado pelo governo, cifra três vezes superior ao anunciado até agora.

Obama considera que o desastre ecológico representa "a necessidade urgente" de desenvolver fontes de energia renováveis nos Estados Unidos. "Chegou o momento de acelerar a competição com países como China, que já entenderam que o futuro depende das energias renováveis", afirmou.

Essas decisões representam uma mudança da política energética do governo americano, que no fim do mês de março havia anunciado um controverso projeto para multiplicar as operações de extração de petróleo em alto mar.

Diante das críticas dos defensores do meio ambiente, Washington havia justificado a decisão com a necessidade de reduzir a dependência energética do exterior.

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