Mundo

Primeiro-ministro português defende mundo mais multipolar e multilateral

postado em 28/05/2010 15:52
Rio de Janeiro - O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, defendeu nesta sexta-feira (28/5), no 3; Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, que a nova ordem mundial seja mais multipolar e multilateral. Segundo Sócrates, os mecanismos institucionais internacionais vigentes não são capazes de garantir um equilíbrio no mundo de diversidade cultural que emergiu depois da ordem bipolar da segunda metade do século 20.

;O mundo se tornou multicultural, não porque temos mais culturas agora do que no passado, mas pelo fato de agora elas se manifestarem de forma mais vigorosa e independente, defendendo legitimamente seus interesses e suas diferenças. Esses imensos fluxos civilizacionais, culturais, religiosos, políticos, econômicos ou sociais que ocorrem no espaço global ainda não encontraram um quadro regulador em mecanismos institucionais suficientemente robustos capazes de os integrar e os canalizar na lógica de um novo equilíbrio multipolar de paz e de harmonia entre civilizações e entre culturas;, disse Sócrates.

O primeiro-ministro português acredita que, por isso, a Aliança de Civilizações ganha um papel fundamental, já que o grupo é capaz de dotar os países de um ;quadro de ações e de valores para promover uma cooperação multilateral mais intensa e mais diversificada;.

Sócrates também aproveitou seu discurso para citar exemplos bem sucedidos de aproximação de culturas e civilizações diferentes, como a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), o projeto de integração da União Europeia e a própria essência da cultura lusa.

Segundo ele, as grandes navegações promovidas por Portugal, nos séculos 15 e 16, só foram possíveis devido ao contato prévio de seu povo com outras culturas, das quais os portugueses ganharam conhecimentos de matemática e cartografia que permitiram os descobrimentos da América e de novas rotas comerciais pelos oceanos Atlântico e Índico.

Já a União Europeia permitiu que os europeus se conhecessem melhor e, assim, aceitassem suas diferenças. Segundo Sócrates, para os jovens europeus de hoje é impensável resolver divergências com grandes guerras como as que devastaram o continente no século passado.

;A diversidade é um motor para a inovação, criatividade e evolução histórica do homem. O mundo avança quando conhecemos melhor o outro e, com ele, interagimos;, disse Sócrates.

Sócrates também citou a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como uma iniciativa que aproxima países independentes e com culturas diferentes, mas com uma mesma língua e uma história comum.

;O trabalho que desenvolvemos e partilhamos nesta comunidade [CPLP] tem efeitos muito significativos na preservação da diversidade cultural, tanto no seio da organização dos países lusófonos como na própria comunidade internacional. Somos uma família de membros diferentes e independentes, mas cada vez mais unidos e cada vez mais globais;, afirmou.

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