Agência France-Presse
postado em 01/06/2010 08:33
Centenas de familiares das 228 vítimas do voo AF447 Rio-Paris, que caiu há um ano no Atlântico, funcionários e diretores da Air France, assim como autoridades francesas, assistiram nesta terça-feira (1;/6) em Paris a uma cerimônia ecumênica em homenagem e recordação.Mais de 1.150 pessoas, entre elas 900 familiares - 138 que chegaram na segunda-feira do Brasil - acompanharam a cerimônia ecumênica celebrada a portas fechadas em um salão do Parque Floral, na zona leste da capital francesa.
O secretário de Estado francês para os Transportes, Dominique Bussereau, o diretor geral da Air France, Pierre Henri Gourgeon, o diretor geral do Escritório de Investigações e Análises (BEA), Jean Paul Troadec, e o secretário-geral da empresa aeronáutica europeia Airbus, Marc Fontaine, também estavam presentes no ato de homenagem às vítimas.
A cerimônia, organizada pela Air France, teve início às 10h (5h de Brasília) em uma manhã nublada. O objetivo, segundo a empresa, era compartilhar um momento de homenagem e de recolhimento.
A bordo de 10 ônibus, parentes das vítimas procedentes da França, Brasil, Alemanha e Itália começaram a chegar ao parque uma hora antes.
"Ceremony - Cerimônia - Cérémonie - Zeremonie" afirmava uma faixa colocada na entrada do parque, onde alguns familiares chegaram cedo para aguardar a autorização e entrar no local, como a brasileira Julienne Owonolo, de 27 anos, que perdeu o pai na tragédia do Airbus A330 da Air France.
"Para ser honesta, sou testemunha de Jeová e acredito que não é necessário fazer cerimônias e depositar flores. Rezo por meu pai todos os dias", explicou a jovem, que confessou não ter entrado no parque por pensar que o local era um cemitério.
Natural do Rio de Janeiro e advogada como o pai, ela se declarou "confiante" que algum dia as causas da tragédia serão conhecidas. Até o momento o acidente não tem uma explicação técnica, pois as caixas pretas nunca foram encontradas.
Até o momento, o BEA considera que um funcionamento equivocado das sondas (sensores de velocidade) Pitot (da fabricante francesa Thales) é um dos fatores do acidente, mas apenas as caixas pretas permitirão a compreensão exata da tragédia.
"Ainda não sabemos a verdade sobre o que aconteceu, mas algum dia saberemos", declarou a jovem antes de completar que já recebeu parte da imdenização.
"Esperamos que o restante não demore 10 anos", completou.