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Jobim defende direito ao uso de energia nuclear para fins pacíficos

postado em 02/06/2010 15:40
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu hoje (2) o direito do país de participar de qualquer mesa de negociações e discutir "com quem quiser" suas posições e interesses.

Referindo-se à negociação conduzida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a questão nuclear iraniana, da qual também participou a Turquia, Jobim lembrou que o desenvolvimento e o uso da energia nuclear para fins pacíficos são tão importantes para o Brasil quanto para outros países.

Ele condenou o uso de armas atômicas, como ocorreu em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, no final da Segunda Guerra Mundial, que classificou de "injustificável", e que acabou atingindo alvos civis, "pessoas que nada tinham a ver" com a guerra.

Jobim comentou a questão durante a abertura do seminário Perspectivas Regionais de Segurança, no Quartel-General do Exército. O seminário integra o ciclo de eventos ligados à segurança internacional e as perspectivas brasileiras.

O secretário executivo da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Luiz Alfredo Salomão, segundo a falar no seminário, afirmou que "o Brasil aspira, de forma legítima", ao direito de integrar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com direito a veto, tendo em vista o papel que o país assume hoje no mundo.

Salomão defendeu a necessidade de reequipamento das Forças Armadas, mostrando que o Brasil é o país que menos gasta em defesa na América Latina.

De acordo com o secretário, os Estados Unidos gastam 48% de sua arrecadação na área militar. Os países latino-americanos aplicam, em média, de 23% dos recursos que arrecadam. O Brasil gasta 1,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) na área da defesa. "Muito abaixo do que despendem seus vizinhos", afirmou Salomão. Na Colômbia, os gastos nessa área chegam a 5,7% do Orçamento.

Segundo o secretário, existem áreas extensas ainda não mapeadas na região amazônica, inclusive em relação ao espaço aéreo, e isso se enquadra na vulnerabilidade externa do país. Ele fez ainda uma descrição sintética sobre outras "vulnerabilidades estratégicas" no país, mostrando indicadores da área social.

Salomão citou, por exemplo, a taxa de fecundidade da mulher brasileira, que está caindo muito, em razão da ascensão feminina ao mercado de trabalho, onde ela ainda recebe apenas 36% da renda. O secretário estimou que, por volta de 2035, o baixo crescimento da população resulte na necessidade de o Brasil atrair migrantes de países vizinhos, o que seria "útil ao país".

Para ele, uma das vulnerabilidades brasileiras é a violência urbana. Segundo ele, o Brasil é o sexto país mais violento do mundo, logo após a Colômbia, a Guatemala, as Ilhas Virgens, os Estados Unidos e a Venezuela.

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