"Queremos romper o bloqueio de Gaza", indica o grupo em seu site. "Queremos reforçar a consciência internacional em relação ao fechamento da Faixa de Gaza, que a transforma em uma prisão, e pressionar a comunidade internacional para que (...) ponha fim a seu apoio à ocupação israelense", acrescenta.
Esse enclave de 362 km2, onde se amontoam 1,5 milhão de palestinos, está submetido desde 2006 a um bloqueio israelense, à exceção de determinados produtos de primeira necessidade.
O bloqueio foi reforçado em junho de 2007, depois que o Hamas tomou o poder à força, expulsando o Fatah do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. O Movimento Libertem Gaza, que possui representações em diversos países, com um grande escritório no Chipre, surgiu "no final de 2006, graças a uma ideia simples", indicam os organizadores em seu portal na internet. "Em vez de esperar que o mundo agisse, nós iríamos a Gaza e colocaríamos diretamente à prova o bloqueio de Gaza".
A primeira viagem foi organizada em agosto de 2008, e dois barcos de pesca, com 44 militantes a bordo, atracaram em Gaza.
A flotilha interceptada na segunda-feira era a nona travessia desse tipo e a primeira a transportar uma grande ajuda, de cerca de 10.000 toneladas.
No total, cinco comboios conseguiram chegar ao destino e quatro foram interceptados por Israel.
Este movimento é composto por militantes e organizações pró-palestinas de defesa dos Direitos Humanos, como o Movimento Internacional de Solidariedade, com o apoio de personalidades como o Prêmio Nobel da Paz 1976 Mairead Maguire e o intelectual judeu americano Noam Chomsky. Seus estatutos estabelecem que seus membros "aderem aos princípios da não-violência e da resistência não-violenta nas palavras e nos fatos".
Embora Israel reconheça que este movimento inclui pacifistas, o acusa de ser integrado também por elementos favoráveis ao Hamas --considerado uma organização terrorista pelo Estado hebreu-- e por outros islamitas que representam uma ameaça a sua segurança.