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Libertem Gaza: uma coalizão que quer romper o bloqueio

Agência France-Presse
postado em 02/06/2010 16:10
O Movimento Libertem Gaza, responsável pela flotilha destinada ao território palestino que sofreu uma violenta abordagem por parte das forças israelenses na segunda-feira passada, é uma coalizão de organizações de apoio aos palestinos que tem como objetivo declarado "romper o bloqueio" a esse enclave.

"Queremos romper o bloqueio de Gaza", indica o grupo em seu site. "Queremos reforçar a consciência internacional em relação ao fechamento da Faixa de Gaza, que a transforma em uma prisão, e pressionar a comunidade internacional para que (...) ponha fim a seu apoio à ocupação israelense", acrescenta.

Esse enclave de 362 km2, onde se amontoam 1,5 milhão de palestinos, está submetido desde 2006 a um bloqueio israelense, à exceção de determinados produtos de primeira necessidade.

O bloqueio foi reforçado em junho de 2007, depois que o Hamas tomou o poder à força, expulsando o Fatah do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. O Movimento Libertem Gaza, que possui representações em diversos países, com um grande escritório no Chipre, surgiu "no final de 2006, graças a uma ideia simples", indicam os organizadores em seu portal na internet. "Em vez de esperar que o mundo agisse, nós iríamos a Gaza e colocaríamos diretamente à prova o bloqueio de Gaza".

A primeira viagem foi organizada em agosto de 2008, e dois barcos de pesca, com 44 militantes a bordo, atracaram em Gaza.

A flotilha interceptada na segunda-feira era a nona travessia desse tipo e a primeira a transportar uma grande ajuda, de cerca de 10.000 toneladas.

No total, cinco comboios conseguiram chegar ao destino e quatro foram interceptados por Israel.

Este movimento é composto por militantes e organizações pró-palestinas de defesa dos Direitos Humanos, como o Movimento Internacional de Solidariedade, com o apoio de personalidades como o Prêmio Nobel da Paz 1976 Mairead Maguire e o intelectual judeu americano Noam Chomsky. Seus estatutos estabelecem que seus membros "aderem aos princípios da não-violência e da resistência não-violenta nas palavras e nos fatos".

Embora Israel reconheça que este movimento inclui pacifistas, o acusa de ser integrado também por elementos favoráveis ao Hamas --considerado uma organização terrorista pelo Estado hebreu-- e por outros islamitas que representam uma ameaça a sua segurança.

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