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Cargueiro de ajuda comunitária "Rachel Corrie" prossegue rumo a Gaza

Agência France-Presse
postado em 04/06/2010 11:46
Um cargueiro de ajuda humanitária se aproximava de Gaza, quatro dias depois do violento ataque de comandos israelenses contra uma frota internacional humanitária que levava ajuda para o território palestino, enquanto que em Jerusalém as forças de segurança se encontram em estado de alerta por temer episódios violentos depois da tradicional oração de sexta-feira (4/6).

O "Rachel Corrie", fretado por uma organização irlandesa de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, se encontra a caminho do território bloqueado por Israel, anunciou em um comunicado a organização.

"O ;Rachel Corrie; prossegue rumo a Gaza", afirmou a Campanha de Solidariedade Irlanda-Palestina, acrescentando ter feito contato com seus passageiros horas depois de as comunicações terem sofrido uma interrupção.

"Jenny Graham, uma passageira a bordo, declarou esta manhã por telefone via satélite que estão a 150 milhas de Gaza, avançando a um bom ritmo, e que devem chegar no sábado pela manhã", afirma o comunicado.

O "Rachel Corrie" leva a bordo 15 pessoas de nacionalidade irlandesa e malaia, entre elas um Prêmio Nobel e um ex-dirigente da ONU. Também transporta uma tonelada de ajuda, segundo os organizadores.

No Chipre, um porta-voz da Free Gaza, Mary Hughes Thompson, indicou que o navio, em sua velocidade atual, poderia alcançar Gaza ainda esta noite, mas que deve concluir a viagem no sábado mesmo, pois seria muito perigoso fazê-lo durante a noite.

Em Gaza, o chefe do governo do Hamas, Ismail Haniyeh, assinalou durante a oração de sexta seu desejo que estes comboios continuem rompendo o cerco.

"A estratégia do inimigo fracassou e ganhou a estratégia da paciência, hoje Gaza ganhou", afirmou.

Todas as mesquitas têm previsto uma oração em memória dos nove "mártires" do ataque contra a frota, oito turcos e um americano de origem turca.

Uma manifestação convocada pelo Hamas perto do campo de refugiados de Nuseirat (centro da Faixa de Gaza) reuniu milhares de pessoas que agitavam bandeiras turcas e palestinas e gritavam slogans em favor da Turquia. Uma manifestação similar aconteceu em Khan Yunes (sul), convocada pelo movimento radical Jihad Islâmica.

Na Turquia, cerca de 10.000 pessoas se manifestaram nesta sexta-feira depois da oração diante da Mesquita de Beyazit, em Istambul, em protesto contra o ataque à frota.

Ancara anunciou que vai reduzir suas relações econômica e industriais com Israel. Enviou dois aviões ambulância a Israel para repatriar cinco de seus cidadãos feridos durante o violento ataque à frota, os últimos militantes do comboio que ainda não haviam sido enviados para casa.

Como em cada dia de mobilização palestina depois da oração de sexta-feira, a polícia israelense se encontrava em estado de alerta e proibiu o acesso à esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém, aos muçulmanos menores de 40 anos.

Na Cisjordânia, onde estavam previstas concentrações em todo o território, a manifestação em Bilin, um povoado que é palco de mobilizações semanais contra a barreira de segurança, deve incluir uma réplica do barco de cinco metros que desfilará sobre um carro.

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