Agência France-Presse
postado em 05/06/2010 11:18
Cairo - A Alta Corte Administrativa do Cairo confirmou, no sábado, um veredicto que tira a nacionalidade aos egípcios casados com uma israelense, um tema muito controverso no Egito, apesar da paz assinada com Israel há mais de 30 anos.
O juiz Mohamed al Husseini, da Alta Corte administrativa, considerou que o Ministério do Interior devia pedir ao governo para tomar as medidas necessárias para tirar a nacionalidade de egípcios casados com uma israelense, bem como de seus filhos.
O veredicto da Alta Corte é inapelável.
No ano passado, o tribunal de primeira instância havia pedido ao ministério do Interior que examinasse o caso de um egípcio casado com uma israelense, e de seus filhos, para "tomar as disposições necessárias para retirar-lhes a nacionalidade".
O advogado que apresentou o processo no tribunal, Nabil al Wahsh, fez notar que "a lei sobre a nacionalidade egípcia adverte contra todo casamento com pessoa considerada sionista".
Segundo o advogado, o número de egpípcios casados com israelense é de 30.000, dos quais "a maioria com sionistas e apenas 10% com árabes-israelenses".
Milhares de egípcios, em particular os que viviam no Iraque e tiveram que partir durante a Guerra do Golfo 1990, foram buscar trabalho em Israel, onde muitos se casaram.
Em 1979, o Egito foi o primeiro país árabe a assinar a paz com Israel, mas o tema das relações com o Estado hebreu continua sendo muito polêmico no âmbito da sociedade egípcia.