Agência France-Presse
postado em 05/06/2010 15:55
Dezenas de milhares de pessoas realizaram protestos em Istambul, Londres, Dublin e Paris neste sábado (5/6) para denunciar o sangrento ataque israelense de segunda-feira contra uma frota de ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza.
[SAIBAMAIS]Em torno de 10 mil pessoas manifestaram-se em Istambul, convocadas pela ONG islamita IHH (Fundação para a Ajuda Humanitária), um dos principais organizadores da expedição marítima a Gaza.
Os manifestantes reuniram-se no bairro de Caglayan, costa ocidental de Istambul. "Quanto mais mantivermos silêncio, mais aumentará o massacre", lia-se em uma bandeira escrita em francês e levantada pela multidão, onde também havia bandeiras palestinas com lemas hostis a Israel.
"Israel assassino", gritavam os manifestantes, que também levavam cartazes em inglês e em hebraico nas quais se lia: "Israel assassino, não encoste em nossos barcos".
Nove turcos, um dos quais também tinha nacionalidade americana, morreram durante o ataque, que levou Ancara a chamar seu embaixador para consultas em Tel Aviv.
Israel impôs a Gaza um bloqueio estrito - salvo para os produtos de primeira necessidade - desde que o movimento islâmico Hamas tomou o controle do território em junho de 2007.
Em Londres, milhares de manifestantes reuniram-se nas primeiras horas da tarde em frente à residência oficial do primeiro-ministro, David Cameron, e depois se dirigiram à embaixada de Israel.
A manifestação pretende mostrar que as vítimas "não morreram em vão e que isso permitiu atrair a atenção do planeta sobre o crime espantoso que é o bloqueio de Gaza", afirmou Lindsey German, porta-voz da organização Stop the War Coalition, que convocou o protesto.
Os manifestantes gritavam lemas que pediam liberdade à Palestina e "deter a pirataria israelense". "Somos todos os palestinos", diziam. A maioria deles agitava bandeiras palestinas ou cartazes que exigiam "o fim do assédio a Gaza".
Em Dublin, centenas de pessoas, segundo a polícia, mostraram seu apoio aos passageiros do barco irlandês Rachel Corrie, abordado e levado ao porto israelense de Ashdod neste sábado.
A manifestação "mostra que o povo da Irlanda está muito furioso contra Israel", declarou Kevin Squires, porta-voz de uma organização pró-palestina.
Na França, mais de 17 mil pessoas protestaram em Paris e outras cidades.
Na capital, em torno de 5 mil pessoas, segundo a polícia, participaram do protesto convocado por dezenas de organizações políticas, sindicais e religiosas.
A manifestação saiu da Praça da Bastilha, leste de Paris, com em torno de 500 pessoas, mas a multidão foi crescendo rapidamente.
No entanto, houve divergências entre militantes políticos e religiosos. O Partido de Esquerda, composto em sua maioria por dissidentes do Partido Socialista, anunciou ter abandonado a manifestação "por rejeitar a mistura de política e religião".
Uma maquete de um barco abria a manifestação, enquanto grupos de jovens agitavam bandeiras turcas e da Autoridade Palestina.
Youcef Benberdal, um dos dez militantes franceses que estavam nos barcos atacados pelo exército israelense, e membro do Comitê de Beneficência e Socorro aos Palestinos (CBSP), uma ONG francesa de tendência islamita, participou da manifestação.