postado em 07/06/2010 08:12
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, partiu ontem para uma viagem pela América Latina, onde tentará reforçar os laços dos Estados Unidos com a região, em meio a uma polêmica com o Brasil por conta do programa nuclear iraniano. A chefe da diplomacia americana fará escala primeiramente em Lima, para participar da 40; assembleia geral ordinária da Organização de Estados Americanos (OEA), que será realizada na capital peruana na presença de 33 chanceleres.Hillary prevê vários encontros com chanceleres da região, paralelamente à reunião, e depois continuará sua viagem por Equador, Colômbia e Barbados. ;Esse governo quer demonstrar que deixará uma marca na política da América Latina;, comentou o analista Christopher Sabatini, do Council of the Americas. Desde seu início, o governo Barack Obama expressou o compromisso de melhorar as relações com a região.
A secretária de Estado já realizou uma primeira viagem latino-americana no fim de fevereiro, quando foi para Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Costa Rica e Guatemala. A segunda viagem da ex-primeira-dama ocorrerá em meio às recentes tensões entre Estados Unidos e Brasil em torno do programa nuclear iraniano, um assunto que poderá ofuscar os debates da OEA.
Divergências
As autoridades americanas recusaram-se a informar se Hillary irá se reunir em Lima com o chanceler brasileiro Celso Amorim, em um momento em que os Estados Unidos impulsionam a aprovação de uma nova rodada de sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU, às quais o Brasil se opõe. O governo brasileiro e a Turquia fecharam um acordo com o Irã, que inclui o enriquecimento de urânio fora do território desse país. Pouco depois, Hillary assegurou que tinha ;sérias divergências; com a diplomacia do Brasil em relação ao Irã.
A assembleia geral da OEA abordará outros temas polêmicos, como o controle de armas na região e a exigência argentina de soberania sobre as Ilhas Malvinas. Mas os Estados Unidos repetiram diversas vezes que as Ilhas Malvinas são um assunto que deve ser tratado entre Argentina e Grã Bretanha, e que Washington não terá nenhum papel, a menos que ambas as partes solicitem.