Agência France-Presse
postado em 08/06/2010 18:35
Evo Morales foi reeleito líder dos ;cocaleros; da região do Chapare boliviano, um cargo que ele exerce desde 1996, em meio a críticas da oposição que considera inadmissível esta situação em um momento em que no país se acende o sinal de alerta por conta do tema do narcotráfico.Os seis sindicatos cultivadores de coca da região de Cochabamba (centro), bastião político de Evo Morales e principal local de cultivo da folha, deram ao chefe de Estado dois anos mais para uma gestão iniciada em 1996.
Na segunda-feira, diante de centenas de ;cocaleros;, Morales qualificou em Cochabamba sua nova proclamação de "simbólica" e advertiu que suas funções como governante não lhe permitem "estar como antes, em sindicatos, centrais, federações, debatendo, organizando" mobilizações.
"É inadmissível que o presidente de todos os bolivianos também seja presidente dos ;cocaleros; em um momento em que cresce a violência no país por causa do narcotráfico", destacou o senador da oposição, Germán Antelo.
Segundo o analista Humberto Vacaflor, a nova designação de Morales ocorre em meio a uma "situação difícil" para a Bolívia, devido às "guerras de máfias internacionais em território boliviano".
O chefe de Estado iniciou sua carreira sindical como líder dos cultivadores de coca, quando na Bolívia havia uma erradicação forçada da planta milenar, com apoio financeiro dos Estados Unidos. Em 1983, começou como secretário de esportes de um dos sindicatos cocaleiros, ao qual chegou para dirigir em 1985.