Agência France-Presse
postado em 08/06/2010 18:15
A paixão dos colombianos pelo futebol ameaça as aspirações do independente Antanas Mockus, que busca reverter a abstenção e conquistar os indecisos no segundo turno das eleições presidenciais de 20 de junho, em plena Copa do Mundo, segundo analistas."O ambiente não vai estar muito interessante para que as pessoas votem no dia 20 de junho", disse nesta terça-feira o analista León Valencia, que destacou a febre do futebol e que muitos potenciais eleitores acreditam que "a sorte está lançada" a favor do governista Juan Manuel Santos.
Mockus, do partido Verde e que promove a "decência política" e a "legalidade democrática", enfrenta o desafio de reverter o resultado do primeiro turno eleitoral de 30 de maio, quando obteve 21,49% dos votos contra 46,56% de Santos, dado pelas pesquisas como grande favorito.
A tarefa do candidato independente parece complicada ante a abstenção que caracteriza as eleições na Colômbia (cerca de 50%), a apatia dos jovens - aos quais apelou, sem sucesso, para o dia 30 de maio - e um evento esportivo que supera de longe a política: no dia 20 de junho a Copa do Mundo estará "fervendo".
Nesse dia, os paraguaios enfrentarão a Eslováquia muito cedo no horário da Colômbia; no meio da manhã a Itália joga contra a Nova Zelândia, e à tarde o Brasil, sempre favorito para a maioria dos colombianos, enfrenta a Costa do Marfim, uma das melhores seleções da África.
"Mockus deverá fazer um esforço extraordinário para seduzir os eleitores e tirá-los da frente da televisão para que o apoiem nas urnas, mas duvido que tenha sucesso nessa ação", disse à AFP o cientista político e professor universitário Daniel José Duarte.
Mockus instou os que o apoiaram no dia 30 de maio a "conseguirem outros três eleitores para multiplicar a votação e ganhar a presidência".
No primeiro turno, apenas 14 milhões de eleitores - entre os quase 30 milhões habilitados para votar - compareceram às urnas.