Agência France-Presse
postado em 08/06/2010 18:45
A promotoria deve revelar, nesta terça-feira (8/6), dezenas de gravações secretas no âmbito do julgamento do ex-governador do Illinois, Rod Blagojevich, acusado de querer "vender" a cadeira no Senado deixada vaga pelo presidente Barack Obama.Os doze membros do júri, selecionado ne quinta-feira - quando começou o julgamento - e seus seis suplentes tomaram assento na sala de audiência de Chicago, terceira metrópole dos Estados Unidos e principal cidade do estado do Illinois.
O juiz James Zagel proibiu o envio, durante a sessão, de mensagens para o "twitter" via telefone celular.
A medida deve-se a que, desde sua renúncia forçada, no começo de 2009, o acusado recorreu muito aos meios de comunicação para clamar inocência.
Blagojevich, de 53 anos, é acusado de abuso de poder para obter dinheiro para si e seus familiares desde antes de ser eleito governador, em novembro de 2002, e até sua detenção, em novembro de 2008.
A partir de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, Blagojevich foi destituído pelos senadores do Illinois.
O escândalo se centra na cadeira deixada vaga por Obama após sua eleição como chefe da Casa Branca.
Blagojevich é acusado de querer entregar o cargo para quem fizesse a melhor oferta.
Quando uma vaga de senador fica vaga, o governador do estado em questão deve nomear um substituto até as eleições seguintes.
Blagojevich é acusado de ter querido faturar em cima da cadeira de Obama, pedindo em troca altos cargos bem remunerados para ele e sua esposa.
"Tenho esta puta oportunidade e não vou deixar passar por dois tostões", disse o governador a propósito da cadeira de Obama, segundo a gravação feita por escuta telefônica.
A promotora Carrie Hamilton, que trabalha no caso, avaliou nesta terça-feira que o ex-dirigente fez várias tentativas de extorsão durante seu mandato.
O Illinois, e Chicago em particular, são conhecidos pelos vínculos escusos entre dinheiro e poder.
Cinco dos nove últimos governadores do estado foram ou denunciados ou detidos por corrupção ou fraude e o antecessor de Blagojevich, o republicano George Ryan, atualmente cumpre pena de seis anos e meio de prisão.