postado em 08/06/2010 20:21
Brasília ; O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reúne nesta quarta-feira (9/6) para discutir o pacote de sanções proposto pelos Estados Unidos contra o Irã. É a quarta rodada de negociações com a apresentação de medidas que visam a impedir o prosseguimento do programa nuclear iraniano. Para os norte-americanos, franceses, russos, alemães e chineses, há ameaças de produção de armas atômicas por parte do Irã. Os iranianos negam as acusações.A sessão do Conselho de Segurança está agendada para o final da manhã, na sede da ONU, em Nova York. A delegação brasileira é representada pela embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti. Para ser efetivado, o pacote de medidas precisa da aprovação unânime dos cinco países que ocupam assento permanente no Conselho de Segurança ; Estados Unidos, França, Inglaterra, Rússia e China.
Outros dez países são membros rotativos do órgão: Brasil, Turquia, Bósnia Herzegovina, Gabão, Nigéria, Áustria, Japão, México, Líbano e Uganda. Apenas os integrantes permanentes têm direito a veto em uma eventual votação no órgão. Para diplomatas que acompanham as negociações, pelo menos 12 membros do conselho, inclusive os cinco permanentes, deverão votar a favor da adoção das imposições contra o Irã. Apenas o Brasil, a Turquia e o Líbano deverão ser contrários às sanções.
Pelo pacote preliminar de sanções, as imposições devem atingir basicamente setores da economia iraniana. O objetivo é fixar uma espécie de embargo econômico na região para pressionar o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad a admitir a fiscalização dos especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) nas usinas do país.
O assunto é acompanhado de perto pelas autoridades brasileiras. Para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adotar sanções neste momento é um equívoco porque impede a evolução das negociações e cria um ambiente hostil na comunidade internacional. Na manhã desta terça-feira (8/6), Ahmadinejad reiterou o apelo para que a comunidade internacional reconheça o acordo nuclear, fechado no mês passado com o apoio do Brasil e da Turquia, mas que sofreu sérias críticas dos Estados Unidos, da Rússia e da França. Ele afirmou que a linguagem da força utilizada pelas grandes potências gera respostas no mesmo tom.