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Para Putin, as sanções da ONU são ineficazes

Agência France-Presse
postado em 09/06/2010 11:15
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, não oculta sua opinião de que as sanções da ONU para resolver crises nucleares são ineficazes, embora seu país tenha apoiado uma nova resolução do Conselho de Segurança contra o Irã.

"Você conhece um único exemplo de sanções eficazes? Em seu conjunto, são ineficazes", declarou Putin em uma entrevista exclusiva concedida à AFP em Sotchi (sul).

A ONU deve pronunciar-se nesta quarta-feira sobre as novas sanções contra o Irã por seu controvertido programa nuclear.

"Contra a Coreia do Norte fora aplicadas sanções. Foi sob a regência de sanções que os dirigentes norte-coreanos anunciaram possuir a arma nuclear. De que valem essas sanções", afirmou ainda, insistindo que a comunidade internacional não realize "gestos bruscos e irrefletidos" em relação ao Irã.

[SAIBAMAIS]Em relação a outro tema delicado, o do ataque israelense contra a frota humanitária pró-palestina no qual morreram nove cidadãos turcos, Putin pediu para que se faça todo o possível para evitar outro incidente semelhante.

"É preciso fazer de tudo para que não se repita algo semelhante. O que é particularmente trágico é que este ato tenha acontecido em águas neutras. É algo totalmente novo, e isso exige um exame especial".

Indagado se a Rússia deseja que se levante o bloqueio a Gaza, Putin respondeu: "Sempre exortamos que se levante o bloqueio. Não creio que esse tipo de medida seja eficaz para resolver os problemas da região", assegurou.

Também manifestou sua confiança no euro, cujas dificuldades, segundo ele, são apenas temporárias.

"As autoridades econômicas europeias atuam, em seu conjunto, de maneira absolutamente correta" para enfrenar a crise de confiança que fez o euro perder mais de 20% de seu valor em relação ao dólare desde dezembro passado.

"Temos confiança e fé, se não não manteríamos em moeda europeia tal quantidade de nossas reservas de câmbio", declarou.

"Não pensamos em mudar nossa relação com o euro enquanto moeda de reserva", assegurou.

"Sim, existem algumas dificuldades, mas estou certo de que são temporárias".

A União Europeia é, de longe, o primeiro sócio comercial da Rússia, que se viu, no momento, a salvo dos sobressaltos provocados pela crise da dívida grega e da queda do euro, depois de um ano de 2009 muito difícil, durante o qual o Produto Interno Bruto caiu cerca de 8%.

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