Mundo

Nuclear: ONU pune o Irã pela quarta vez

Agência France-Presse
postado em 09/06/2010 13:10

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta quarta-feira (9/6) as novas sanções contra o Irã, pela quarta vez desde 2006, para tentar convencer Teerã a suspender suas atividades nucleares sensíveis.

A resolução 1929 foi redigida pelos Estados Unidos e aprovada por Alemanha, França e Grã-Bretanha, por 12 votos a 2 e uma abstenção. O Brasil e a Turquia votaram contra e o Líbano se absteve.

A última tentativa de solução para a questão ocorreu em maio, quando Ahmadinejad, o presidente Lula e o primeiro-ministro da Turquia, Recep Erdogan, assinaram um acordo para que o urânio extraído e enriquecido no Irã fosse trocado por combustível nuclear. Mas o tratado não obteve respaldo de credibilidade por parte dos outros países da comunidade internacional e também foi rejeito pelo Conselho de Segurança da Onu.

O novo texto retoma e amplia o campo de sanções já aprovadas por três vezes pelo Conselho, em dezembro de 2006, em março de 2007 e em março de 2008. Também prevê que o Irã não poderá investir no exterior em algumas atividades sensíveis, como em minas de urânio, e que seus navios poderão ser inspecionados em alto-mar. A venda ao Irã de oito novos tipos de armamentos pesados, principalmente tanques, também foi vetado pelo texto.

[SAIBAMAIS]É acompanhado de três anexos contendo listas de particulares, de entidades e bancos de nacionalidade iraniana que se somarão aos que já foram golpeados com sanções individuais- congelamento de bens e proibição de viajar ao exterior.

É citado um nome de um particular, Javad Rahiqi, chefe do Centro de Tecnologia Nuclear de Ispahan da Organização iraniana de Energia Atômica (AEOI), assim como mais 40 nomes de entidades e bancos. Entre elas, 22 são consideradas associadas a atividades nucleares e balísticas do Irã, 15 são controladas ou associadas à Guarda da Revolução Islâmica (IRGC) e três são controladas pela companhia marítima da República Iraniana (IRISL).

Dúvidas
Alguns já demonstram dúvidas sobre a eficácia das novas punições. Destacam que as inspeções a navios iranianos em alto-mar são possíveis, mas não obrigatórias porque dependerão, entre outras questões, do pavilhão do navio. Além disso, revelam, os oito tipos de armamentos pesados proibidos à venda ao Irã, que não incluem mísseis antiaéreos S-300 russos.

O premier russo, Vladimir Putin, considera as sanções "ineficazes" para resolver a crise nuclear, apesar do apoio de Moscou à resolução.

Brasil lamenta decisão da ONU
A embaixadora do Brasil na ONU, Maria Luiza Viotti, lamentou a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo a diplomata, as sanções não são medidas eficientes. O governo brasileiro defendeu a busca do diálogo como meio de encerrar o impasse envolvendo o Irã e parte da comunidade internacional.

A campanha em favor das sanções foi liderada pelos Estados Unidos. Para os aliados dos norte-americanos, há receio de que o Irã enriqueça urânio para produzir armas atômicas. Porém, o governo do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nega as acusações e insiste que o programa nuclear desenvolvido no país tem fins pacíficos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação