postado em 09/06/2010 16:38
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, admitiu nesta quarta-feira (9/6) que o Brasil pode sofrer prejuízos por ter votado contrariamente às sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Sem detalhar como isso pode ocorrer, Amorim acrescentou que o Brasil, apesar de ser voto vencido no organismo internacional, vai cumprir as resoluções definidas nesta quarta-feira.;Acho que isso pode afetar o nosso comércio no sentido mais amplo. [Mas] o Brasil cumpre e vai cumprir as sanções da ONU [Organização das Nações Unidas];, afirmou o chanceler, em sessão pública na Câmara dos Deputados.
Amorim lembrou ainda que as acusações de que o Irã não é o único país que descumpre as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas ele evitou mencionar outros que não cumprem as orientações do organismo. ;Em matéria de não cumprir resoluções do Conselho de Segurança, certamente o Irã não é o único país;.
Ao ser perguntado sobre as razões que levam o Brasil a estreitar laços com o Irã, o chanceler reiterou a busca pela paz internacional e justificou que: ;Se nós formos procurar o relacionamento apenas com aqueles que são nossa imagem e semelhança, não damos um passo à frente;.
Dos 15 países que integram o Conselho de Segurança das Nações Unidas, 12 votaram a favor das sanções, somente Brasil e Turquia foram contra, enquanto o Líbano se absteve. Para a grande parte da comunidade internacional, o programa nuclear iraniano é uma ameaça, pois esconderia a produção de armas atômicas.
As resoluções aprovadas hoje definem limitações ao Irã que afetarão os setores comerciais, militares, de empresas marítimas e de operações bancárias. Algumas medidas vão aumentar a fiscalização aos carregamentos de exportação destinados ao Irã, a suspensão da venda de armas pesadas para os iranianos e uma rigorosa inspeção nos navios ; de origem iraniana.