Agência France-Presse
postado em 09/06/2010 19:20
A Coalizão Contra Munições de Fragmentação (CMC), reunida em Santiago, pediu nesta quarta-feira (9/6) ao Brasil que siga o exemplo de diversos países sul-americanos e firme a convenção para a erradicação deste tipo de armamento do planeta, que entrará em vigor em agosto."Pedimos ao Brasil que não fique de fora desta iniciativa humanitária de importância global. Cada país com uma política de direitos humanos precisa firmar esta convenção", disse Thomas Nash, coordenador da CMC, um organismo não governamental que promove a erradicação das bombas de fragmentação.
Nash destacou que, além do Brasil, na América do Sul não assinaram a convenção Argentina e Venezuela, apesar de Buenos Aires dar sinais de que vai assinar o documento.
O Brasil "é o único (país) na região que tem armas de fragmentação. É também o único com capacidade para produzi-las, mas não sabemos se faz isto ou não. Estamos pedindo ao Brasil que esclareça sua posição", disse Nash.
Representantes de mais de 100 países se reuniram em Santiago, nos últimos dois dias, a convite do Chile e das Nações Unidas, para elaborar planos que permitam eliminar, no menor tempo possível, as bombas de fragmentação.
A Convenção sobre Munições de Fragmentação foi firmada por 106 países em Oslo, no ano de 2008, mas para entrar em vigor requeria a ratificação dos Congressos de 30 Estados. No momento, 37 Nações já ratificaram o documento, o que permite sua vigência a partir de agosto.
O alcance do tratado é limitado pela ausência dos principais fabricantes e usuários de armas, como Estados Unidos, Rússia, China, Israel, Índia e Paquistão.
As bombas de fragmentação liberam submunições menores que se dispersam por grandes áreas, afetando civis, inclusive anos após o fim do conflito.