Agência France-Presse
postado em 10/06/2010 14:59
Os países árabes criticaram Israel durante reunião da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta quinta-feira em Viena, exigindo que o Estado hebreu deixe conhecer sua capacidade nuclear e submeta suas atividades atômicas à vigilância internacional.Falando em nome dos países árabes, o embaixador do Sudão na AIEA, Mahmoud El Amin, declarou que Israel representa um "perigo nuclear".
Este perigo se vê "reforçado por políticas agressivas contra países árabes, ameaçando a paz e a segurança na região", acrescentou El Amin, que citou como exemplo o recente ataque israelense a uma flotilha de ajuda internacional destinada a Gaza.
O embaixador iraniano Ali Asghar Soltanieh qualificou a capacidade nuclear hebraica de "ameaça à saúde, segurança e prosperidade do mundo, uma vez que o regime israelense nega-se a assumir um compromisso internacional ou valores morais".
Os países árabes conseguiram, apesar da oposição dos Estados Unidos, incluir a capacidade nuclear de Israel na agenda do dia do Conselho de Governadores da AIEA, que aborda o assunto pela primeira vez desde 1991.
Israel, membro da AIEA embora não tenha assinado o Tratado de Não Proliferação (TNP), é considerado a única potência nuclear do Oriente Médio, com capacidade estimada em 200 ogivas, embora o Estado hebreu alimente a ambiguidade a respeito, desde meados dos anos 1960.
O embaixador americano na AIEA, Glyn Davies, declarou nesta quinta-feira à imprensa que o debate sobre Israel será "inoportuno e impertinente" e "prejudicial", em relação à conferência regional que será celebrada em 2012 para promover um Oriente Médio livre de armas nucleares.
Em setembro passado, os países árabes da AIEA já haviam conseguido aprovar uma resolução pedindo a Israel a assinatura do TNP.