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Irã mantém reações às sanções da ONU e sinaliza redução da cooperação com Aiea

postado em 12/06/2010 14:00
O Irã intensifica as reações em torno das sanções impostas ao país pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. O parlamentar Isfahan Hamid Reza-Fouladgar disse neste sábado (12/6) que a tendência é de que os iranianos reduzam a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), que é ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O diretor-geral da Agência Energia Atômica do Irã, Ali-Akbar Salehi, afirmou que deve ocorrer um acirramento do impasse em torno do programa nuclear.

;Os Estados ocidentais devem parar de se envolver em um pântano construído por eles mesmos em relação ao Irão;, disse Salehi, segundo a agência oficial de notícias do Irã, a Irna. De acordo com ele, os ;países ocidentais; devem buscar uma saída ;menos ruidosa;.

Para o parlamentar Reza-Fouladgar, o acordo nuclear, negociado pelo Brasil e pela Turquia, no mês passado, recebeu críticas da comunidade internacional por indicar um movimento independente e que desagrada as grandes potências.

;A Declaração de Teerã [nome oficial do acordo nuclear] fechado pelo Irã, pela Turquia e pelo Brasil foi um movimento independente que contraria os interesses da arrogância global;, disse o parlamentar. ;É evidente que as potências ocidentais não podem tolerar movimentos independentes de qualquer parte do mundo e quer enfrentá-los;, afirmou.

No último dia 9, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por 12 votos sanções ao Irã. Apenas o Brasil e a Turquia votaram contra as medidas. O Líbano se absteve na votação. As sanções atingem as áreas comercial e militar. Estão suspensas as vendas de armas de grande porte para o Irã e foi ampliado o rigor na fiscalização dos navios de bandeira iraniana.

Para o governo brasileiro, a alternativa ideal teria sido o reconhecimento da comunidade internacional ao acordo nuclear, firmado no último dia 17, em Teerã. Nele, o Irã se compromete a enviar 1.200 quilos de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em troca, o país receberia 120 quilos de urânio enriquecido a 20%.

O governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reiterou que o programa nuclear tem fins pacíficos. Mas os Estados Unidos lideraram uma campanha, que obteve apoio da maioria da comunidade internacional, de que o programa tem como objetivo a produção de armas atômicas.

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