Mundo

ONU é pressionada a retomar debates sobre reforma do Conselho de Segurança

postado em 14/06/2010 16:12
Nos últimos dias, o responsável pela proposta de reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e o chanceler sírio defenderam a retomada das discussões sobre as eventuais mudanças no formato do órgão. Opinião semelhante tem o governo brasileiro. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o conselho mantém o mesmo formado ; com cinco países como membros permanentes e dez rotativos. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, isso não reflete o mundo atual.

O presidente da Comissão de Reforma, o afegão Zahir Tanin, disse que há um documento com 30 propostas apresentadas por países e grupos de Estados-membros sobre eventuais mudanças no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo ele, esse material deverá servir de base para a retomada das discussões sobre a reforma do órgão. As informações são da agência oficial de notícias da China, a Xinhua.


"A representação justa está na base dessa reforma", disse Tanin. "Agora, estamos preparados para um acordo, mas não posso prever o resultado, o tempo ou a intenção dos Estados-membros. A solução só pode vir quando a negociação terminar;, disse ele, segundo a agência chinesa.

O assunto voltou ao centro das discussões depois que, na semana passada, o Conselho aprovou as sanções ao Irã com 12 votos favoráveis e apenas dois contrários ; Brasil e Turquia ; , além da abstenção do Líbano. A maioria dos membros do órgão argumentou que o programa nuclear do Irã representa uma ameaça à comunidade internacional pelo suposto risco de produção de armas atômicas.

Pelas negociações em curso, o Conselho de Segurança teria, entre os seus integrantes permanentes, dois países da Ásia, um da América Latina, outro do Leste Europeu e um da África. Atualmente são integrantes permanentes do Conselho os Estados Unidos, a Rússia, China, França e Inglaterra. Já o Brasil, a Turquia, Bósnia Herzegovina, o Gabão, a Nigéria, Áustria, o Japão, México, Líbano e a Uganda são membros rotativos, cujo mandato é de até dois anos.

O ministro das Relações Exteriores da Síria, Faisal Miqdad, reiterou a necessidade de rever o formato do Conselho de Segurança das Nações Unidas durante reunião, em Damasco (na Síria), com o diretor do Departamento das Nações Unidas no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Michael Von Ungern-Sternberg.

Miqdad lembrou que uma das tarefas do Conselho é a resolução dos conflitos internacionais com responsabilidade sobre a situação humanitária e política.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação