Agência France-Presse
postado em 15/06/2010 19:45
O chanceler Celso Amorim considerou nesta terça-feira (15/6) uma "boa notícia" o fato de o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad ter declarado ainda vigente, apesar das novas sanções do Conselho de Segurança da ONU, o acordo de troca de urânio assinado por seu país com Brasil e Turquia."Espero que (esse acordo) continue", disse Amorim nos debates do terceiro fórum "D;ners de l;Atlantique" (Jantares do Atlântico), organizado em Paris pelos jornais Le Figaro e The International Herald Tribune.
"Fiquei sabendo que o presidente Ahmadinejad disse que o acordo ainda está na mesa. É uma boa notícia. Temos que ver como será continuado pelos demais. Podemos ajudar se nos for pedido", completou o ministro de Relações Exteriores, que fez tais declarações em francês.
Ahmadinejad disse nesta terça-feira que o acordo de troca firmado com Turquia e Brasil no mês passado estava em vigor, informou a emissora estatal iraniana.
"A declaração de Teerã continua tendo validade e pode ter um papel nas relações internacionais mesmo que as arrogantes potências (ocidentais) estejam preocupadas e irritadas", afirmou.
Na declaração de Teerã, assinada em 17 de maio com Brasil e Turquia, a República Islâmica aceitou trocar em território turco 1.200 kg de urânio levemente enriquecido (a 3,5%) contra 120 kg de combustível enriquecido a 20%, para alimentar seu reator de pesquisas médicas de Teerã.
[SAIBAMAIS]As grandes potências, que suspeitam que o Irã pretende fabricar uma bomba atômica, acolheram com ceticismo a iniciativa dos três países, por estimar que as autoridades iranianas buscavam ganhar tempo.
O Conselho de Segurança da ONU votou em 9 de junho uma resolução que impõe novas sanções ao Irã por sua política nuclear.
Um alto funcionário americano disse nesta terça-feira em Washington que a diplomacia continua sendo uma opção para resolver as tensões com o Irã. "Como sempre dissemos, a diplomacia continua sendo uma opção, enquanto avançamos com as sanções", declarou o assessor do Conselho de Segurança Nacional americano, Mike Hammer. "Mas o Irã deve dar passos concretos para cumprir com suas obrigações internacionais se não quiser ficar ainda mais isolado", completou.