Agência France-Presse
postado em 16/06/2010 18:16
Um assassino condenado será executado por um pelotão de fuzilamento na sexta-feira (18/6), o que marca um retrocesso na Justiça do oeste americano e renova o debate sobre a aplicação da pena de morte nos Estados Unidos.Ronnie Lee Gardner, de 49 anos, se tornará o primeiro preso do país a ser executado por um pelotão de fuzilamento desde 1996, depois de ter preferido morrer com uma rajada de balas em uma audiência celebrada em Utah (oeste), em abril passado.
A execução por fuzilamento foi declarada ilegal neste estado em 2004, mas a proibição não era retroativa, razão pela qual Gardner teve que escolher por qual método preferia morrer e decidiu por esta opção no lugar da injeção letal.
Gardner, que foi condenado à morte há 25 anos por matar a tiros um advogado, enquanto tentava fugir de uma audiência na corte, perdeu na terça-feira uma apelação apresentada na Suprema Corte de Utah.
A menos que a Suprema Corte dos Estados Unidos dê lugar a uma apelação de Gardner na última hora, o condenado levará uma rajada de balas no coração em uma câmara de execuções na Prisão Estatal de Utah, na sexta-feira, às 12h05 locais (03h05 de Brasília).
A execução iminente de Gardner dividiu parentes e amigos das vítimas, que declararam ao Conselho de Indultos e Liberdade Condicional de Utah, na semana passada, que a pena de morte do assassino poderia ser comutada pela prisão perpétua.
A família do advogado Michael Burdell, assassinado por Gardner em sua fracassada tentativa de fuga, em 1985, havia declarado que é contra sua execução e que a vítima teria sido contrária a esta sentença.
No entanto, a família de um segurança contra quem Gardner disparou no tribunal e ficou ferido, se disse favorável, afirmando que o agora falecido Nick Kirk sofreu anos de angústia mental e física.
A tentativa de fuga de Gardner ocorreu durante julgamento pelo assassinato de um ;barman;, Melvyn Otterstrom, em um roubo em 1984. Os parentes de Otterstrom também se declararam favoráveis à pena de morte.
Na audiência, Gardner parecia resignado à sua sorte.
"Não há nada que possa fazer para trazer de volta as pessoas que matei. Sei que me matar causará danos. Sei disso porque estive do outro lado de uma arma, por isso sei o que digo", disse o condenado.
Os encarregados de executar a pena, voluntários das forças de ordem pública, porão um alvo sobre o coração de Gardner e um capuz sobre sua cabeça antes de disparar.
Ao condenado será concedida a oportunidade de dizer as últimas palavras antes do fuzilamento.