Agência France-Presse
postado em 17/06/2010 14:48
A princesa herdeira Victoria da Suécia, que no sábado casa-se com o plebeu Daniel Westling, pertence à mais antiga dinastia a reinar sem interrupção na Europa, fundada há quase dois séculos pelo francês Jean-Baptiste Bernadotte.Bernadotte, nascido em Pau (sudoeste da França) em 1763 de uma família humilde, era um simples soldado durante a revolução francesa e marechal do Império, na época de Napoleão, tendo sido trazido de volta pelos suecos quando o país entrava em ruínas.
Esse republicano antimonárquico acabaria curiosamente no trono da Suécia em 1818 e, até o dia de hoje, seus descendentes se sucedem sem interrupção no país.
A princesa Victoria, quando substituir seu pai Carlos XVI Gustavo, se tornará a primeira rainha da Suécia da Casa Bernadotte e a sétima descendente de seu ancestral francês no trono escandinavo.
Quando em 1810 a Suécia, que havia ficado sem rei, foi buscar Jean-Baptiste Bernadotte, príncipe de Porte Corvo, para fundar uma nova dinastia, o país estava quebrado economicamente, politicamente e militarmente, após a derrota para a Rússia, que arrebatou a Finlândia. O rei Gustavo IV Adolfo precisou abandonar o trono.
Antes de ser coroado, o marechal Bernadotte foi primeiro eleito "príncipe real" da Suécia por unanimidade pelo Parlamento do país em agosto de 1810. Posteriormente, assumiu o nome de Carlos XIV e reinou por 26 anos, até sua morte em 1844... sem jamais ter falado sueco.
Dois séculos depois, as origens francesas não são mais que uma longínqua lembrança para a família real sueca.
"Hoje em dia não sobra muito sangue francês nas veias dos Bernadotte. A herança alemã domina", escreve o historiador e jornalista Herman Linqvist, biógrafo de Victoria.
"Das sete rainhas da dinastia Bernadotte, todas tinham uma mãe alemã, com exceção da rainha Désirée, esposa de Carlos XIV Juan", acrescenta.