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Brasil apresenta em Buenos Aires banco de dados para gerenciar donativos a vítimas de catástrofes

postado em 18/06/2010 13:58
Buenos Aires - A delegação brasileira que participa do 3; Encontro Regional sobre Mecanismos Internacionais de Assistência Humanitária apresenta nesta sexta-feira (18/6), na capital argentina, um programa de computador com um banco de dados capaz de gerenciar donativos enviados às populações atingidas por desastres naturais. O principal objetivo do encontro, que reúne 20 países da América Latina e do Caribe, é produzir um mecanismo comum de assistência humanitária que possa atender com rapidez e eficiência às vítimas de terremotos, tsunamis e outras catástrofes em vários países do mundo.

De acordo com Werneck Carvalho, coordenador de Prevenção e Preparação do Departamento de Minimização de Desastres da Secretaria Nacional de Defesa Civil, o banco de dados, criado pelo Ministério das Relações Exteriores, é uma novidade neste encontro. Segundo ele, a criação da ferramenta foi decidida em Florianópolis, no ano passado, durante o 2; Encontro Regional sobre Mecanismos Internacionais de Assistência Humanitária.

"Detectamos algumas dificuldades referentes, por exemplo, ao envio de donativos às pessoas que estão desabrigadas por causa de uma enchente ou devido a outro desastre natural. Muitas vezes, essas doações não atendem às necessidades imediatas das populações atingidas por desastres naturais, como é o caso de roupas que não podem mais ser usadas ou remédios com data de validade vencida", disse Carvalho, em entrevista à Agência Brasil.

Outro problema encontrado no gerenciamento da assistência humanitária está no transporte de doações de um país para outro. O coordenador disse que barreiras burocráticas atrasam a prestação do serviço. ;É preciso que encontremos, neste encontro de Buenos Aires, um mecanismo de liberação mais rápida das cargas contendo donativos destinados à assistência humanitária."

O encontro dos países da América Latina e do Caribe não é conclusivo. "Não vamos sair daqui com um documento estabelecendo todas as normas de assistência humanitária. Este e outros encontros semelhantes são necessários para que os resultados sejam encaminhados aos governos federais, por meio dos diplomatas, para que seja agilizada a criação do mecanismo comum de assistência;, afirmou Carvalho.

Na avaliação dele, o Brasil dispõe de uma boa estrutura de assistência humanitária. "Temos o Centro Nacional de Gerenciamento de Desastres, que trabalha muito bem tanto no território nacional quanto no atendimento a outros países, como o Haiti. Prestamos assistência muito grande à população haitiana, enviando mais de 500 toneladas de donativos com a ajuda do Ministério da Defesa, da Aeronáutica e da Marinha. Nossa experiência no Haiti também será apresentada neste encontro em Buenos Aires"

De acordo com Werneck Carvalho, a infraestrutura brasileira de assistência humanitária é autossuficiente, por isso o Brasil nunca pediu ajuda internacional. Ele destacou que o Sistema Nacional de Defesa Civil reúne órgãos federais que coordenam e gerenciam todo o atendimento às populações necessitadas, além de órgãos estaduais e municipais que podem ser acionados quando uma campanha de doação às vítimas de catástrofes naturais é necessária. A Secretaria Nacional de Defesa Civil se encarrega de todo o processo de armazenagem e transporte das doações.

O 3; Encontro Regional sobre Mecanismos Internacionais de Assistência Humanitária termina na tarde de hoje com a divulgação da Declaração de Buenos Aires. O documento reunirá as sugestões que serão apresentadas aos governos dos países latino-americanos e do Caribe.

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