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Santos favorito às eleições presidenciais da Colômbia

Agência France-Presse
postado em 18/06/2010 15:54
Cerca de 30 milhões de eleitores escolherão neste domingo o próximo presidente da Colômbia, país estratégico da América do Sul, ainda preso em um conflito armado, com o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos como favorito, apesar das desconfianças que o candidato suscita nos países vizinhos.

Aos 58 anos, Santos, sucessor do atual presidente Álvaro Uribe (direita), por pouco não venceu no primeiro turno do dia 30 de maio, quando recebeu 46,6% dos votos, ao competir com outros oito candidatos.

No segundo turno, enfrenta o ex-prefeito de Bogotá (1995-97 e 2001-04) Antanas Mockus, do Partido Verde e também de 58 anos, que obteve 21,5% dos votos, apesar das pesquisas apontarem seu empate com o governista.

Desde então, os girassóis, símbolo da campanha do matemático e filósofo Mockus, que proclamou a decisão de acabar com a "cultura do narcotráfico" na Colômbia, parecem ter murchado ainda mais.

Segundo a última pesquisa anterior ao segundo turno do instituto Invamer Gallup, Santos ganharia com 65,1% dos votos, contra 28% a serem dados a Mockus.

"No imaginário instalou-se a percepção de que há um candidato (Santos) que já ganhou e não há nada para fazer", disse, por sua vez, o cientista político Fernando Giraldo à AFP.

A Colômbia - que faz fronteira com cinco países (Brasil, Peru, Venezuela, Equador e Panamá) e onde pelo menos 7.500 combatentes das Farc seguem ativos, assim como muitos ex-paramilitares que buscam receber parte do dinheiro do tráfico de cocaína - parece inclinar-se à continuidade, segundo especialistas.

Juan Manuel Santos, que foi três vezes ministro (Comércio, Tesouro e Defesa) e se formou em Harvard, fez uma campanha profissional e organizada.

Prometeu proteger a herança do atual presidente, cuja taxa de popularidade segue rondando os 70% graças a sua política de firmeza contra a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), conseguindo afastá-la das cidades.

Além disso, como ministro da Defesa (2006-2009), Santos participou de momentos históricos para os colombianos, como o ataque contra um acampamento das Farc no Equador em março de 2009, no qual faleceu Raúl Reyes, número dois da guerrilha, ou o resgate de 15 reféns, entre eles a franco-colombiana Ingrid Betancourt, durante a "Operação Xeque", no dia 2 de julho de 2008.

Também comprometeu-se a atender outras preocupações dos colombianos além da segurança, como o desemprego e o subemprego, problemas endêmicos deste país onde 46% da população vive abaixo da linha da pobreza.

Do outro lado, Antanas Mockus tem estado na defensiva.

Esquecendo-se de seu programa, atacou o adversário e vinculou-se a uma imagem agressiva, apesar de evocar reais perigos da coalizão de direita a que Santos pertence, como a corrupção ou as milhares de execuções extrajudiciais atribuídas ao exército.

Tampouco os frequentes ataques do presidente equatoriano Rafael Correa e de seu aliado venezuelano Hugo Chávez, que acusou Santos de ser uma "ameaça" para a paz regional, parecem ter convencido os eleitores.

No dia 13 de junho, uma semana antes das eleições, os colombianos puderam evocar a alegria que sentiram com a Operação Xeque, da qual Santos participou, com uma nova e bem-sucedida operação militar que resgatou quatro dos mais antigos reféns das Farc.

E o início da Copa do Mundo levou os eleitores ainda para mais longe da política, enquanto Mockus contava com as abstenções (49% no primeiro turno) para retomar as rédeas de sua campanha.

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