Agência France-Presse
postado em 19/06/2010 18:10
As autoridades quirguizes prometeram neste sábado (19/06) ao enviado americano investigar os sangrentos confrontos étnicos que assolam o Quirguistão e anunciaram a prorrogação do estado de emergência no sul do país, onde continua latente o temor de novos atos de violência."Membros do governo interino asseguraram sua intenção de lançar uma investigação" sobre os distúrbios, declarou à imprensa em Bishkek Robert Blake, subsecretário de Estado americano encarregado da Ásia Central e do Sul, depois de um encontro com dirigentes quirguizes.
"Uma investigação desse tipo tem que ser completada por uma investigação internacional realizada por um órgão internacional confiável", completou.
Essas medidas permitirão "prevenir tais episódios de violência no futuro" e "assegurar as condições para o retorno seguro e voluntário dos 110.000 refugiados no Uzbequistão", e os "300.000 deslocados" no interior do país, completou Blake.
Até o momento, apenas em torno de 4.500 refugiados retornaram ao Uzbequistão, segundo os guardas fronteiriços quirguizes.
O enviado americano declarou que Washington não estuda enviar tropas para garantir a paz nesse pequeno país da Ásia Central, cuja estabilidade é crucial para as operações dos Estados Unidos no Afeganistão, mas confirmou o envio de uma ajuda humanitária no valor de 32 milhões de dólares para as vítimas de violência.
Os confrontos entre as comunidades quirguiz e uzbeque (minoritária) que eclodiram na noite de 10 de junho em Osh, segunda maior cidade do país, estendendo-se à região vizinha de Jalalabad, deixaram até 2.000 mortos, admitiu a presidente interina Rosa Otunbayeva.
Nesse sábado à noite, as autoridades prorrogaram para até 25 de junho o estado de emergência em Osh, e na região onde os habitantes temem novos confrontos.
Os postos de controle do Exército e da polícia ainda eram mantidos em diversos pontos da cidade, nas imediações dos bairros uzbeque.