Mundo

Israel deve adiar investigações sobre ataque a navio com ajuda humanitária a Gaza

postado em 22/06/2010 08:52
Duas semanas e meia depois do ataque israelense à frota que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza, o governo de Israel pediu que a Organização das Nações Unidas (ONU) suspenda as tentativas de organizar um inquérito internacional para investigar o ato. O ataque, no dia 31 de maio, provocou a morte de nove pessoas e ferimentos em cerca de 30. As informações são da BBC Brasil.

[SAIBAMAIS]O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, afirmou que ao conversar com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, solicitou o arquivamento das apurações. Segundo ele, essa seria a iniciativa ideal porque ainda ocorrem tentativas de quebrar o bloqueio à Faixa de Gaza.

"Compartilhei com o secretário-geral nossas opiniões sobre sua expectativa de estabelecer um inquérito internacional para esse incidente recente;, disse Barak. ;E expressamos nossa opinião de que enquanto novas frotas estão sendo preparadas, provavelmente é melhor adiar por um certo tempo e nós estamos indo em frente com nossa investigação, que acreditamos ser claramente independente, confiável e digna de crédito", afirmou.

Barak informou que ainda há um navio preparado para deixar o Líbano rumo a Gaza. Segundo ele, o ingresso desse navio na região poderia resultar em mais uma reação violenta. O ministro disse também que caso algo ocorra nessa área, o governo de Israel vai responsabilizar o governo do Líbano.

O Conselho de Segurança da ONU pediu uma investigação imparcial e confiável sobre o ataque israelense. O navio atacado transportava mais de 600 ativistas e voluntários e liderava a frota de seis embarcações que tentava furar o bloqueio israelense e levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.

Em resposta ao pedido, Ban Ki-moon busca organizar um inquérito internacional, mesmo depois de Israel, com o apoio dos Estados Unidos, ter anunciado sua própria comissão de inquérito.

Desde 2007, Israel estabeleceu um bloqueio ao território palestino, sob a alegação de que o grupo Hamas assumiu a região, e promove reações de violência. Mas o impacto desse bloqueio na economia da Faixa de Gaza atraiu muitas críticas contra Israel. Depois do ataque à frota no dia 31 de maio, Israel foi alvo de críticas ainda mais duras da comunidade internacional.

A maioria dos mortos no ataque à frota era de ativistas turcos e o governo da Turquia insiste na realização de uma investigação internacional. A pressão por esse inquérito internacional, porém, poderá diminuir em decorrência das últimas medidas definidas por Israel que determinam a redução parcial do bloqueio a Gaza.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação