Agência France-Presse
postado em 22/06/2010 18:27
Washington ; O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não excluía nesta terça-feira a possibilidade de afastar o general McChrystal, após a divulgação de um artigo na revista Rolling Stone na qual o chefe das tropas da Otan no Afeganistão faz críticas explosivas ao executivo americano.[SAIBAMAIS]"Todas as opções estão sobre a mesa" quanto à manutenção ou não do general Stanley McChrystal, 55 anos, em seu cargo, disse Robert Gibbs, porta-voz de Obama, durante o briefing diário. "Esta falta é de uma amplitude e gravidade profundas", acrescentou Gibbs.
Mas, advertiu, será preciso uma reunião na Casa Branca para a qual foi convocado o general McChrystal nesta quarta-feira para sabermos mais sobre seu futuro.
A ira presidencial irrompeu na noite de segunda-feira, quando Obama tomou conhecimento de matéria publicada na Rolling Stone na qual o general toma como alvo os protagonistas da política americana no Afeganistão.
O general McChrystal arranhou o presidente americano, retornando às fricções entre o exército e a Casa Branca, no outono, no momento no qual Barack Obama amadurecia sua decisão sobre o envio de reforços pedidos pelo general.
O general ironiza também o vice-presidente. "Quem é ele?" As críticas públicas representam um "grande erro", afirmou o secretário de Defesa, Robert Gates, que se encontra com Obama ainda hoje. O general McChrystal apresentou desculpas após a publicação.
O presidente afegão Hamid Karza; veio em seu socorro, dizendo, através de um porta-voz, esperar que aquele ao qual considera o "melhor comandante" das forças internacionais no Afeganistão desde o início da guerra não seja demitido.
O influente senador democrata John Kerry pediu por sua vez que se "mantenha o sangue frio e a calma". Mas seus colegas republicanos John McCain e Lindsey Graham, assim como o independente Joe Lieberman, qualificaram os propósitos de McChrystal de "fora de lugar".
A "falta" é ainda mais patente porque as palavras ditas ao jornalista da Rolling Stone não estavam em "off", como informou o redator chefe da revista, Eric Bates, ouvido pela CNN. "Tudo o que publicamos estava ;on the record;", declarou Bates. O autor do artigo, Michael Hastings, declarou à NBC que algumas frases reportadas foram ditas sob a influência do álcool.