postado em 23/06/2010 14:17
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reiterou ontem (22) ao chanceler do Irã, Manouchehr Mottaki, a intenção do Brasil de cooperar com os iranianos na busca por uma solução negociada que encerre o impasse em torno do programa nuclear. Para Amorim, é possível utilizar como base de uma eventual negociação o acordo nuclear, firmado em abril, com apoio do Brasil e da Turquia."O Brasil poderá ter uma participação, caso as partes interessadas solicitem", disse Amorim, antes de deixar a Bulgária rumo à Romênia onde conclui hoje (23) uma série de viagens que fez nos últimos dias para a Europa. Amorim se referiu ao conflito existente entre o Irã e parte da comunidade internacional que impôs sanções ao país por acreditar que há produção de armas atômicas em território iraniano.
Amorim e Mottaki definiram ainda que terão mais reuniões na tentativa de dar prosseguimento ao aperfeiçoamento dos termos definidos pelo acordo nuclear. Pelo acordo, o Irã enviará 1,2 tonelada de urânio baixamente enriquecido a 3,5% para a Turquia. No prazo de até um ano, o Irã receberá em troca 120 quilos do material (enriquecido) a 20%.
Durante a conversa, os ministros comemoram as manifestações do presidente da França, Nicolas Sarkozy, sinalizando disposição em buscar um acordo com o Irã. Apesar de a França ter votado a favor das sanções no Conselho de Segurança das Nações Unidas, no começo deste mês, Sarkozy indicou que é necessário encerrar o impasse.
;Considero positivo que a França tenha demonstrado disposição de iniciar uma conversa com base na Declaração de Teerã [nome oficial do acordo nuclear sobre a troca de urânio] e igualmente positiva a reação do chanceler do Irã;, afirmou Amorim.