postado em 26/06/2010 07:00
Em Nova York, no Apollo Theater, uma luva de brilhantes e um chapéu preto simbolizavam a ausência do ídolo. Em Berlim, dezenas de velas vermelhas confirmavam a devoção dos fãs. E, em uma praia de Puri, na Índia, uma escultura de areia recriava a imagem de um homem sorridente, com os olhos voltados para o céu. As três imagens, que circularam pelo mundo, explicam o alcance dos tributos a Michael Jackson no primeiro aniversário de sua morte. Com cartazes, cartas, flores ou manifestações via internet, admiradores celebraram o legado de um artista que, além de seguir comovendo o público, ainda não abandonou o trono da indústria musical.
Em 12 meses, o culto ao inventor do ;moonwalk; não arrefeceu. A revista Billboard estima que, desde a morte, o patrimônio do rei do pop engordou em US$ 1 bilhão. Havia expectativa de movimentação intensa no cemitério Forest Lawn, em Glendale (Califórnia), onde o compositor está enterrado. Às 3h de sexta-feira, segundo o Los Angeles Times, fãs já aguardavam a abertura do portão, marcada para as 8h. Quando o acesso foi finalmente liberado, às 9h13, cerca de 30 pessoas enfrentaram um rigoroso esquema de segurança. No decorrer da tarde, o número chegou a 2 mil. Para muitos, uma visita frustrante.
Não era permitido entrar no mausoléu. Mas as restrições não paravam aí. Antes de passar rapidamente por um corredor estreito, os devotos eram obrigados a entregar flores e cartões a uma equipe de funcionários. ;É só isso?;, decepcionou-se Kathe Sowisdral, uma das primeiras da fila. Na área externa, um sósia do ídolo cumprimentava os visitantes. Duas horas depois, integrantes da família Jackson ; entre eles, segundo o site TMZ, Janet, Jermaine, Randy e Tito, todos irmãos de Michael ; chegaram ao cemitério para uma cerimônia privada no mausoléu.
[SAIBAMAIS]A família se reuniu na cidade natal do cantor (Gary, em Indiana) para uma vigília à luz de velas. Katherine Jackson, mãe do ídolo, inaugurou um monumento em frente à casa onde ele morou. Fãs se aglomeravam em frente. A agenda dos Jackson prossegue hoje, com o evento de gala Forever Michael, no Beverly Hilton Hotel, em Beverly Hills. No tributo, organizado pela empresa VoicePlate Productions, estão confirmadas as presenças do pai, Joe Jackson, de Katherine (que lança livro sobre o filho) e de artistas como o grupo de soul Chi-Lites. Os ingressos custam a partir de US$ 150, e a maior parte da renda será para a Jackson Family Foundation e outras instituições de caridade.
Sem dimensões espetaculares, mas com espontaneidade, demonstrações de carinho dos fãs foram registradas na calçada da fama (Los Angeles), em exposição de pôsteres em Tóquio (Japão) e em um memorial recém-inaugurado em Munique (Alemanha). No Apollo Theater, onde Michael se apresentou pela primeira vez com os irmãos, em 1969, o reverendo Al Sharpton pediu um momento de silêncio na hora da morte de Michael, declarada oficialmente às 18h26 de Brasília, em 25 de junho de 2009. De acordo com relatório médico, o músico sofreu parada cardíaca provocada por intoxicação de propofol, anestésico de uso cirúrgico. Tinha 50 anos.
Processo
Em meio às homenagens, os mistérios sobre a morte de Michael ganharam mais um capítulo polêmico. O advogado de Joe Jackson, Brian Oxman, declarou à imprensa que seu cliente entrará com novo processo contra Conrad Murray, médico particular do artista. Segundo Joe, o cardiologista teria omitido informações aos paramédicos e enfermeiros do centro médico da Universidade de Los Angeles, para onde o músico foi levado. Acusado anteriormente de homicídio culposo, Murray ainda aguarda julgamento. Se condenado, poderá ficar preso por até quatro anos.