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Chefe de Estado-Maior dos EUA garante ao presidente do Afeganistão que mudança de comando não afetará estratégia militar no país

postado em 27/06/2010 08:20
Três dias após a saída do general Stanley McChrystal do comando das tropas americanas no Afeganistão, o presidente do país, Hamid Karzai, disse apoiar o sucessor escolhido por Barack Obama para o posto. Segundo um comunicado de seu gabinete, Karzai, que tinha uma relação muito próxima com McChrystal, considera o general David Petraeus um comandante ;experiente;, com grande conhecimento sobre seu país. O apoio ao novo líder das tropas foi anunciado no dia em que o chefe de Estado-Maior dos Estados Unidos, o almirante Mike Mullen, chegou a Cabul para uma rápida visita. Do Afeganistão, Mullen seguiu para Islamabad, para um encontro com o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari.

Apesar de a viagem do chefe militar ao Afeganistão já fazer parte do calendário do Pentágono antes do escândalo que motivou a saída de McChrystal, sua ida a Cabul foi usada para tentar tranquilizar as tropas e o próprio governo afegão. Durante um encontro de 45 minutos, o chefe do Estado-Maior explicou ao presidente os motivos que levaram Obama a retirar o general do importante posto, e assegurou que Petraeus continuará a estratégia deixada por seu antecessor ; que Karzai tanto apoiava.

Mullen ainda lembrou ao anfitrião que Petraeus, que até então era o encarregado das forças dos EUA no Iraque e no Afeganistão, esteve envolvido, desde o início, na estratégia militar americana para o país. ;Ele disse ao presidente Karzai que absolutamente nada vai mudar no nosso compromisso com a luta no Afeganistão;, disse John Kirby, porta-voz de Mullen. O chefe do Estado-Maior ouviu ainda elogios de Karzai à atuação de McChrystal, que ajudou a ;reduzir as mortes entre civis, criar uma boa cooperação entre as forças nacionais e internacionais e a desenvolver as forças afegãs;.

No momento em que os dois se reuniam no Palácio Presidencial, em Cabul, uma explosão ;acidental; foi motivo de pânico no centro da capital afegã. De acordo com a Força Internacional de Assistência à Segurança do Afeganistão (Isaf), ligada à Otan, várias minas terrestres que estavam sendo transportadas pelo Exército afegão explodiram próximo à embaixada da China e ao Ministério das Relações Exteriores do país. Apesar de fontes oficiais negarem que a explosão tenha deixado vítimas, redes de tevê locais informaram que ;várias; pessoas ficaram feridas. Na noite anterior, na província de Logar Puli Alam (sul), um comandante talibã foi morto por forças afegãs quando tentava atacar os militares, disfarçado de mulher.

Cinco anos
Ontem, o G-8, grupo formado por EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia, deu um prazo de cinco anos para que o governo afegão aumente a capacidade das Forças de Segurança Nacionais para assumir cada vez mais responsabilidades sobre a segurança do país. Reunidos em Toronto, no Canadá, representantes das nações mais desenvolvidas também instaram o governo de Karzai a ;combater a corrupção, a produção de drogas ilícitas e o tráfico;, além de melhorar a questão dos direitos humanos, a prestação de serviços básicos e reforçar o sistema de Justiça. ;Passos claros do Afeganistão em direção a eleições mais inclusivas e transparentes em setembro vão ser importantes para levar o país a uma democracia moderna;, afirma o comunicado do G-8.


CHENEY É INTERNADO
Após se sentir mal na última sexta-feira, o vice-presidente americano Dick Cheney foi internado no Hospital Universitário George Washington, na capital, segundo assessores. O porta-voz de Cheney, Peter Long, informou que o político de 69 anos, que tem um histórico de cinco ataques cardíacos, passou mal e logo foi levado ao hospital. ;Seguindo o conselho de seus médicos, ele foi mantido no hospital para mais testes e deverá permanecer no hospital durante o fim de semana;, disse Long, sem especificar qual teria sido o problema desta vez. Em fevereiro, Cheney sofreu seu mais recente ataque cardíaco. Na ocasião, ele foi submetido a uma angioplastia, procedimento no qual se insere um balão inflado dentro da artéria obstruída.

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