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Chefe da CIA alerta para situação no Afeganistão e capacidade nuclear iraniana

Agência France-Presse
postado em 27/06/2010 16:24
WASHINGTON - Os Estados Unidos "avançam" no Afeganistão, mas a guerra, que completa nove anos, tem sido "mais dura e mais lenta que o previsto", afirmou neste domingo (27/6) o diretor da CIA, Leon Panetta, que também alertou que o Irã teria capacidade para fabricar "duas armas nucleares" até 2012.

A guerra no Afeganistão foi "uma luta muito dura. Estamos conseguindo avanços. Mas é mais dura e lenta que o previsto", disse o chefe da Agência Central de Inteligência (CIA), entrevistado ao vivo pela emissora americana ABC.

Quanto à ameaça que representa o programa nuclear do Irã, que é acusado de esconder fins bélicos sob um discurso de uso civil, Panetta disse que a República Islâmica poderá ter duas bombas atômicas em dois anos.

"Achamos que têm urânio levemente enriquecido suficiente para duas armas (nucleares)", explicou.

Teerã precisaria de um ano para enriquecer este urânio, de forma a produzir uma bomba, e levaria pelo menos "outro ano para desenvolver o sistema de lançamento da arma para torná-la viável", acrescentou o diretor da agência de inteligência americana.

Os Estados Unidos não descartaram a opção militar contra o Irã, assim como Israel, principal aliado de Washington na região, onde além do mais é o único país com poderio nuclear bélico, que não nega, mas tampouco reconhece.

"Israel está muito preocupado com o que acontece no Irã", afirmou Panetta. "Continuamos compartilhando (informação de) inteligência sobre qual é a capacidade exata" do regime iraniano, acrescentou.

Por outro lado, o funcionário defendeu a estratégia do presidente Barack Obama, cuja decisão de enviar, a partir de dezembro passado, 30 mil militares adicionais e alcançar, em agosto deste ano, 150 mil homens no Afeganistão enfrenta questionamentos.

Nomeado à frente da Central de Inteligência sob o governo Obama no ano passado, Panetta insistiu em que "a questão fundamental é se os afegãos aceitam a responsabilidade" do combate à insurgência uma vez que as forças estrangeiras deixarem seu país.

"Se puderem fazer isto, então acho que poderemos conseguir o tipo de progresso e de estabilidade que o presidente pretende", enfatizou, mostrando-se otimista sobre as possibilidades de finalmente encontrar o líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden.

"Se mantivermos a pressão, acho que finalmente poderemos obrigá-lo a sair" de seu esconderijo nas regiões montanhosas da fronteira com o Paquistão e capturá-lo, disse.

No entanto, reconheceu que os serviços secretos americanos carecem de informações precisas sobre a sua localização desde que ele reivindicou os atentados de 11 de setembro de 2001 contra Washington e Nova York, o que derivou na ocupação do Afeganistão, onde supostamente o líder terrorista se escondia.

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