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Venezuela: presidente da Globovisión pode passar até 5 anos na prisão

Agência France-Presse
postado em 29/06/2010 16:25
O presidente da emissora de TV venezuelana Globovisión, crítica ao governo, Guillermo Zuloaga, e seu filho foram formalmente acusados, nesta terça-feira, pela Promotoria venezuelana dos crimes de "usura" e associação para o crime, que contemplam sanções de um a cinco anos de prisão.

"Existem mais de quarenta elementos convincentes que motivaram o Ministério Público a determinar esta acusação" contra os Zuloaga "pelos delitos de usura genérica e formação de quadrilha", informou o promotor José Gregorio Morales, durante entrevista coletiva na qual apresentou as conclusões das investigações.

Morales explicou que, pelo crime e usura, a lei prevê sanções de um a três anos de prisão, enquanto que o de "formação de quadrilha", que consiste na associação entre duas ou mais pessoas "com a finalidade de cometer delitos", as penas variam de dois a cinco anos de prisão.

[SAIBAMAIS]No começo de junho, um tribunal de Caracas emitiu ordem de prisão contra o presidente da Globovisión, meio que mantém uma linha editorial muito crítica ao governo de Hugo Chávez, e seu filho pelo crime de usura, do qual ambos foram acusados em 2009 pelo suposto armazenamento irregular de 24 veículos.

Em declarações por telefone à Globovisión, Zuloaga explicou que não se entregará à Justiça e garantiu que tanto ele quanto a Globovisión são vítimas da "injustiça e a perseguição do governo de Chávez".

O empresário, de 67 anos, tem vários casos abertos na Justiça e estava proibido de deixar o país, já que em março foi acusado de divulgar informações supostamente falsas e de ofender o presidente venezuelano.

O presidente Chávez refutou as críticas e garantiu que a decisão da Justiça nada tem a ver com a linha editorial da Globovisión, que por sua vez tem vários processos abertos e foi ameaçada de fechamento em várias ocasiões.

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