Agência France-Presse
postado em 30/06/2010 13:19
A defesa de Manuel Noriega pediu nesta quarta-feira (30/6) a absolvição do ex-ditador panamenho julgado na França por lavagem de dinheiro das drogas nos anos 80.Também classificou de "escandalosa" a pena pedida pelo promotor Michel Maes contra Noriega, ou seja, 10 anos de prisão, pena máxima para esse tipo de delito, e 2,3 milhões de euros em multas.
Igualmente pediu que o Tribunal presidido por Agnés Quantin "vá além da imagem de que os americanos apresentaram de Noriega, como um ditador e traficante de cocaína".
Na véspera, Noriega denunciou uma "montagem bancário-financeira imaginária" por parte dos Estados Unidos ante o Tribunal Correccional de Paris, que o acusa de lavagem de dinheiro do cartel de Medellín.
"Digo com toda humildade e respeito que esta é uma montagem bancário-financeira imaginária dos Estados Unidos", afirmou o ex-homem forte do Panamá, dirigindo-se à presidência do Tribunal.
O ex-ditador negou qualquer vínculo com narcotraficantes.
O Tribunal Correção de Paris começou na segunda-feira a julgar Noriega e o julgamento, que se prolongará até quarta-feira, está sendo realizado no Palácio da Justiça de Paris, na presença do ex-militar de 76 anos, que poderá ser condenado a 10 anos de prisão.
O ex-militar já foi julgado à revelia pelas mesmas acusações em 1999 pelo Tribunal Correcional de Paris, que impôs uma multa de 11,2 milhões de euros.
Noriega foi extraditado em 27 de abril passado dos Estados Unidos para a França depois de cumprir 17 anos de prisão em Miami por cumplicidade no tráfico de drogas.
O ex-militar foi preso no Panamá, em 1989, pelas tropas americanas e levado para os Estados Unidos, onde foi condenado em 1992 a 40 anos de prisão.