Agência France-Presse
postado em 01/07/2010 13:25
Nove dos dez supostos "espiões russos" presos nos Estados Unidos devem comparecer nesta quinta-feira diante de tribunais americanos para pedir a liberdade mediante a pagamento de fiança, o que o juiz poderá recusar depois do desaparecimento do décimo primeiro suspeito preso no Chipre.A jovem russa Anna Chapman, de 28 anos, não deve comparecer à audiência, pois o juiz já rejeitou seu pedido de liberdade em uma outra ocasião, informou uma fonte judiciária.
As audiências devem acontecer em três tribunais federais: Boston (Massachussetts), Nova York e Alexandria (Virgínia), a partir do meio-dia local (13h00, horário de Brasília).
Os primeiros a se apresentarem é um casal que responde pelos nomes de Donald Howard Heathfield e Tracey Lee Ann Foley, preso em casa, em Boston, no último domingo.
[SAIBAMAIS]O FBI afirmou ter conduzido essa investigação por mais de dez anos, mas nada foi revelado sobre a importância das informações fornecidas por esses supostos agentes, que eram encarregados, segundo as queixas apresentadas aos tribunais, "de se infiltrar em círculos de poder".
Moscou e Washington tentaram acalmar os ânimos e multiplicaram as declarações afirmando que o caso não afetaria a relação entre as duas nações e que nenhum diplomata russo seria expulso dos Estados Unidos.
Nenhum dos onze supostos espiões foi ainda acusado formalmente pela justiça americana, e as audiências desta quinta-feira apenas lidam com os pedidos de liberdade provisória apresentados pelos advogados de defesa.
Em Nova York, uma audiência preliminar foi marcada para o dia 27 de julho para os réus Richard e Cynthia Murphy, presos domingo em Nova Jersey, Juan Lazaro e a jornalista Vicky Pelaez, presos na mesma noite em seu domicílio em Yonkers (subúrbio de Nova York), e a empresária russa Anna Chapman, residente de um bairro de negócios ao sul de Manhattan, Nova York, única que parece ter sua nacionalidade confirmada até o momento.
Também no início da tarde, em Alexandria, Virgínia, Michael Zottoli, Patricia Mills e Mikhail Semenko, três suspeitos de envolvimento na rede, comparecem diante de um juiz, e, por fim, algumas horas depois, as quatro pessoas que já se apresentaram ao tribunal na segunda-feira voltam ao mesmo local onde foram condenados à prisão provisória, sob o argumento de "risco de fuga".
O juiz James Cott pode ter razão: o décimo primeiro homem, Christopher Robert Metsos, 54 anos, não se apresentou na quarta-feira à polícia de Larnaca como estipulavam os termos de sua libertação, e as autoridades do Chipre não sabem seu paradeiro.
O homem, que está na lista negra da Interpol, foi detido no aeroporto de Larnaca no momento do embarque para um voo para Budapeste e foi liberado após pagar 26.500 euros de fiança. Ele precisava esperar por sua eventual extradição para os Estados Unidos, o que deveria acontecer no dia 29 de julho.