Agência France-Presse
postado em 01/07/2010 14:46
O presidente americano, Barack Obama, declarou nesta quinta-feira (1;/7) estar "pronto para avançar" na reforma migratória integral e desafiou a oposição republicana a demonstrar "valentia política" para aprová-la no Congresso."Estou pronto para avançar. A maioria democrata está pronta para avançar e creio que a maioria dos americanos está pronta para avançar", disse Obama na sede da American University, em Washington.
Mas a reforma, que já fracassou em 2006 e 2007 no Congresso, "não pode passar sem os votos republicanos... uma realidade política e matemática", acrescentou o presidente para cerca de 300 líderes políticos, sociais e religiosos.
Diante de um tema "que se presta à demagogia", disse o presidente, "a questão é saber se teremos a valentia de aprovar uma lei no Congresso".
Obama não estabeleceu, no entanto, nenhum calendário nem novas iniciativas para desbloquear as negociações com os republicanos.
Líderes democratas no Senado apresentaram há dois meses um esboço da reforma integral que, contudo, ainda não foi introduzida como projeto de lei, depois que um senador republicado, Lindsey Graham (Carolina do Sul), retirou seu apoio inicial aos esforços.
Obama também não confirmou se seu governo tentará em breve impugnar diante da Justiça a lei SB 1070 aprovada no Arizona (sudoeste), que obriga a polícia estatal a pedir papéis a pessoas sob suspeitas "razoáveis" de serem imigrantes ilegais.
A secretária de Estado, Hillary Clinton, assegurou em uma recente entrevista que essa demanda federal diante dos tribunais seria feita em breve.
A lei entrará em vigor no fim de julho.
Em seu discurso, Obama pediu "responsabilidade" do governo, de empresários e dos quase 11 milhões de ilegais nos Estados Unidos para resolver o tema.
Do lado governamental, o presidente lembrou que acaba de ordenar a mobilização de 1.200 soldados da Guarda Nacional na fronteira do sul, principalmente no Arizona.
A fronteira do sul "está mais segura que nos últimos 20 anos", enfatizou diante de uma plateia atenta, mas que não o interrompeu para aplaudi-lo.
Aos empregados que empregam ilegais, advertiu que haverá mais inspeções e, àqueles que entraram nos Estados Unidos ilegalmente, explicou que se algum dia a reforma for aprovada, deverão identificar-se, pagar uma multa, aprender inglês e fazer fila para conseguir papéis.