Agência France-Presse
postado em 01/07/2010 14:47
O governo Barack Obama deve garantir, primeiro, a segurança na fronteira sul se quiser realizar reforma migratória integral, declararam nesta quinta-feira líderes republicanos, em reação a um discurso do presidente sobre o assunto."O presidente continua se equivocando. O povo americano está dizendo a ele: garanta primeiro a segurança na fronteira", declarou o senador republicano Jon Kyl (Arizona) ao canal de televisão Fox News.
Pouco antes, o presidente havia pedido à oposição republicana que demonstrasse "valentia política" no Congresso.
"Estou pronto para avançar. A maioria democrata está pronta para avançar e, acredito, que a maioria dos americanos estão prontos para avançar", disse Obama na sede da Universidade Americana, em Washington.
[SAIBAMAIS]Mas a reforma, que já fracassou em 2006 e 2007 no Congresso, "não pode passar sem os votos republicanos... uma realidade política e matemática", acrescentou o presidente.
"Primeiro diz que é necessário o bipartidarismo e, depois, critica os republicanos", reagiu Kyl.
A maioria democrata pode tentar apresentar a qualquer momento um projeto de lei no Senado, desafiou Kyl.
Líderes republicanos e observadores políticos ressaltam que nem sequer um projeto de lei democrata contaria com os votos necessários no Congresso.
Os Estados Unidos celebram em novembro eleições consideradas difíceis para muitos parlamentares, tanto republicanos quanto democratas.
"Não estou dizendo que o governo não está fazendo muito na fronteira" pontualizou Kyl.
Obama recordou em seu discurso que ordenou a mobilização de mais 1.200 soldados da Guarda Nacional na fronteira com o México, respondendo, assim, aos apelos de parlamentares.
As pesquisas indicam em nível nacional que os americanos querem ver reforçada a segurança na fronteira, mas que também se mostram favoráveis à ideia de reformar o sistema migratório.
Obama e os democratas demoraram muito em apresentar a reforma e "viram, agora, que nem sequer podem propor um projeto de lei sobre o assunto sem o apoio republicano", criticou outro senador, John Cornyn (Texas).