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Suspeita de espionagem é libertada sob fiança

Agência France-Presse
postado em 01/07/2010 20:31
Um magistrado americano concedeu nesta quinta-feira (1;) liberdade sob fiança à jornalista peruana Vicky Pelaez, uma das pessoas suspeitas de espionar em favor da Rússia, decidindo manter detidas outras três pessoas investigadas.

Foi fixada fiança de 250.000 dólares para Pelaez, com 10.000 dólares pagos de imediato. Ela deverá usar uma pulseira eletrônica e será vigiada.

"Não parece ser uma agente profissional", declarou o juiz ao justificar a decisão. "Ela possui identidade verdadeira e a intenção de permanecer no país".

Vicky Peláez, 55 anos, trabalha há quase 20 anos como colunista no jornal La Prensa, de Nova York.

Segundo testemunhas, o FBI chegou a fazer busca em sua residência.

Peláez havia sido detida no domingo como parte de uma operação da polícia federal em Massachusetts, Virgínia, Nova Jersey e Nova York, após a qual 11 pesssoas foram acusadas de pertencer a uma rede de espionagem que passava informações à Rússia.

O FBI invadiu, na noite de domingo, a casa de Peláez em Yonkers, subúrbio ao norte de Nova York, quando ela voltava de uma festa acompanhada do marido, Juan Lázaro, e prendeu os dois.

Segundo o chefe de redação do jornal La Prensa, Manuel Avendaño, Vicky Peláez "é uma colunista muito controversa, com muitos seguidores e muitos detratores".

Há mais de 20 anos, Peláez deixou seu país, onde ficou conhecida nos anos 1980 como repórter da emissora de TV Frecuencia Latina.

Ela trabalhava em casos policiais e era conhecida pelo estilo agressivo de conseguir as notícias.

Ficou famosa em 1985, quando entrevistou na clandestinidade dirigentes do recém-formado Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA) para a Frecuencia Latina, algo inédito na época.

Mas os donos da emissora a demitiram após alegar que o sequestro do MRTA jamais existiu e que tudo foi uma entrevista acertada que Peláez maquiou com gente do grupo armado, lembraram à AFP, em Lima, jornalistas que trabalharam com ela e pediram para ter sua identidade preservada. Posteriormente, Peláez exilou-se nos Estados Unidos como refugiada.

Segundo a promotoria nova-iorquina, a missão dos espiões era se infiltrar nos círculos de influência política dos Estados Unidos.

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