Agência France-Presse
postado em 02/07/2010 16:02
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, garantiu nesta sexta-feira (2/7) que a justiça buscará "até os confins da terra" os donos "criminosos" da rede de televisão Globovisión, incluindo o presidente do Banco Federal, que sofreu recentemente uma intervenção do governo."Há os que não dão a cara e fogem. Não dão a cara aos economistas, aos sócios. Estou falando do Banco Federal, com seus donos fugindo, escondidos. Levaram o dinheiro. Mas claro que a justiça os buscará até os confins da terra", advertiu Chávez em um discurso.
O presidente do Banco Federal, Nelson Mezerhane, sobre quem pesa uma ordem de prisão, "se foi com (...) o total das economias colocadas em seu banco", acrescentou o presidente sobre o empresário, que também é acionista da Globovisión, uma televisão críticaa ao governo.
"E o outro é o presidente da Globovisión (Guillermo Zuloaga), fugindo também. Outro criminoso, cujo maior crime não é precisamente monopolizar meios de comunicação. Essa é a ponta do iceberg, que leva a empresas de fachada, documentos forjados", continuou Chávez.
Além disso, o presidente disse que o governo está "pensando" em criar uma lei "que proíba que um banqueiro possa ser dono de redes de televisão, porque começam a utilizar seus canais para enganar as pessoas com campanhas dizendo a elas ;venham, venham depositar;, e depois levam o dinheiro".
O Banco Federal recebeu na metade de junho uma intervenção do governo, que informou que a instituição atravessava uma séria crise agravada por uma importante falta de liquidez.
Por sua vez, Zuloaga, que é presidente da Globovisión, é procurado pela justiça local por suposta "usura" e formação de quadrilha.
"Esperamos que nos ajudem para que possam ser presos, porque às vezes há países que os protegem", acrescentou Chávez, referindo-se à solicitação feita pela justiça venezuelana à Interpol para a captura de Mezerhane e Zuloaga.
Ambos os empresários garantem que as acusações contra eles respondem a "pressões" políticas por parte do governo por causa da linha editorial da Globovisión.