Agência France-Presse
postado em 04/07/2010 09:55
Camp Victory - O vice-presidente americano Joe Biden festejou neste domingo a festa da independência dos Estados Unidos junto às tropas de seu país no Iraque.
Como fez no ano passado, o vice-presidente americano, que não visitava o Iraque desde janeiro passado, decidiu celebrar o 4 de julho entre os militares dos Estados Unidos.
Pela manhã, participou, junto com o comandante das forças americanas no Iraque, o general Ray Odierno, em uma cerimônia de naturalização de 156 militares, entre os quais figuravam alguns brasileiros.
O ato teve lugar no Palácio Al Fao, outra pertencente ao ex-ditador Saddam Hussein e agora transformado na gigantesca base americana de Camp Victory, a 15 km a oeste de Bagdá.
"Aqui estamos, no pavilhão da casa de um ditador que escravizou o povo e defendeu tudo que nós rejeitamos", declarou Biden.
"Aqui nos encontramos, em meio a este palácio de mármore, deixando em evidência tudo que ele (Saddam Hussein) defendeu. Parece-me delicioso", acrescentou Biden, entre os aplausos das 600 pessoas presentes.
"Para mim, esta cerimônia é uma mera formalidade. Vocês já são americanos. Pois tornemos isso oficial", disse o vice aos novos cidadãos dos Estados Unidos.
Biden também vai assistir a uma cerimônia pela independência organizada pelo embaixador de Washington, Christopher Hill.
Durante o dia, Biden se reunirá com o presidente Jalal Talibani e com os dois aspirantes ao cargo de primeiro-ministro, o atual premiê Nuri al Maliki e o ex-chefe de Governo, Iyad Allawi.
Biden chegou neste sábado a Bagdá também com o objetivo de tentar desbloquear a crise política iraquiana, além de visitar as tropas americanas, imersas em um processo de retirada do Iraque.
Esta visita, que não foi anunciada, ocorre em um momento em que os partidos políticos iraquianos ainda não se colocaram de acordo sobre a formação do novo governo nem sobre o nome do próximo primeiro-ministro, quatro meses depois das eleições legislativas.
Biden aterrissou às 14h30 GMT (11h30 de Brasília) e foi acolhido no aeroporto pelo embaixador americano em Bagdá, Christopher Hill, o ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshyar Zebari, e o comandante das forças americanas no Iraque, general Ray Odierno.
Também se encontrou com seus três compatriotas, os senadores John McCain, Joe Lieberman e Lindsey Graham, que chegaram às vésperas e cuja presença na capital iraquiana ilustra a multiplicação das iniciativas diplomáticas americanas no Iraque.
Sete anos depois da invasão do país por uma coalizão liderada por Estados Unidos, que tinha provocado a queda do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein, o exército americano conta atualmente com 77.500 efetivos no Iraque. Um contingente que passará a 50.000 homens em 1 de setembro.
O vice-presidente reafirmou que os Estados Unidos respeitarão o calendário de retirada de suas tropas.