Agência France-Presse
postado em 04/07/2010 12:13
Washington - O governo americano tem de apresentar provas da adesão à Al-Qaeda de um argelino perso em Guantánamo há oito anos, sob pena de ter de colocá-lo em liberdade, decidiu uma corte de apelação federal.
Esta decisão do tribunal de apelação de Washington contradiz uma decisão anterior que autorizava a manutenção em prisão sem julgamento de Belkacem Bensayah, capturado em 2001 junto com outros cinco argelinos que viviam na Bósnia.
Os homens, acusados de ter vínculos com a rede Al-Qaeda e de ter elaborado atentados contra os interesses americanos na Bósnia, haviam sido extraditados em janeiro de 2002 para a prisão da base naval americana de Guantánamo, em Cuba.
Na nova decisão, com data de quinta-feira, o juiz federal Douglas Ginsburg estima que "as provas nas quais se baseia a decisão para concluir que Bensayah 'apoiava' a Al-Qaeda são insuficientes para demonstrar que pertencia a esta organização".
"O governo não apresentou nenhuma prova de comunicação direta entre Bensayah e membros da Al-Qaeda", destaca.
Durante o governo de George W. Bush, os Estados Unidos recluíram durante anos em Guantánamo centenas de prisioneiros de sua chamada "guerra ao terror", sem julgamento, acusação nem acesso a advogados, em condições denunciadas por organismos de defesa dos direitos humanos.