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Turquia ameaça romper relações diplomáticas com Israel

postado em 05/07/2010 12:24
Brasília - A Turquia ameaça romper todos os laços diplomáticos com Israel caso o governo israelense não faça um pedido formal de desculpas pelo ataque à frota de barcos (que levava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza) ocorrido no fim de maio e que provocou a morte de nove pessoas, a maioria de origem turca. Na última sexta-feira (2/7), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, avisou que não se desculparia pelo caso. As informações são da BBC Brasil.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, disse nesta segunda-feira (5/7) que o rompimento total das relações só pode ser evitado se Israel aceitar uma investigação internacional independente sobre o ataque aos barcos de ajuda humanitária. ;Os israelenses têm opções: ou se desculpar ou permitir uma investigação internacional imparcial e sua conclusão. Senão, nossos laços diplomáticos serão cortados;, ameaçou Davutoglu.

No dia 31 de maio, uma frota foi atacada próxima à Faixa de Gaza. Ativistas políticos tentavam furar o embargo comercial, imposto por Israel aos palestinos, para levar ajuda humanitária a cerca 1,4 milhão de pessoas que vivem na área. Porém, militares israelenses atacaram um dos barcos, de bandeira turca, com a alegação de que a ajuda humanitária não poderia entrar em Gaza. Em protesto, a Turquia suspendeu as relações com Israel após o incidente.

Netanyahu afirmou que não tem motivo se desculpar. Segundo ele, os ativistas foram mortos em uma reação dos militares israelenses que, ao abordar o navio, teriam sido agredidos pelos passageiros. Até recentemente a Turquia, país de maioria muçulmana, era um dos mais importantes aliados de Israel. Mas, desde o ataque, os turcos exigem um pedido de desculpas, a condução de uma investigação independente e também compensação para as famílias das vítimas.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou o ataque israelense à frota de ajuda humanitária. Segundo ele, o caso pode ser comparado a ações terroristas. ;O Brasil condenou a intervenção em Gaza da mesma forma que condena atos terroristas de qualquer espécie. Consideramos que bloqueios não contribuem para a paz;, disse Lula, no almoço oferecido ao presidente da Síria, Bashar Al-Assad, no Itamaraty.

A Faixa de Gaza está submetida a um severo embargo desde 2007 imposto por Israel. Recentemente, o governo israelense reduziu as restrições autorizando a entrada de alguns tipos de alimentos, roupas e brinquedos.

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